O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 29, um projeto de lei que impõe restrições as propagadas veiculadas por casas de apostas no Brasil. De acordo com o texto, atletas em atividade, artistas e influenciadores não poderão participar de peças publicitárias das bets. A proposta já havia sido aprovada na última quarta, 28, na Comissão do Esporte, também no Senado, e entrou na pauta da sessão devido a um pedido de urgência. Agora, será analisada pela Câmara dos Deputados.

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O relatório do senador Carlos Portinho (PL-RJ) impõe a proibição para atetas, artistas, comunicadores, influenciadores e autoridades. O texto só abre exceção para ex-atletas que encerraram a carreira esportiva há, no mínimo, cinco anos.

O relatório ainda veda a divulgação de apostas esportivas que sugiram êxito pessoal, alternativa ao emprego, solução para problemas financeiros, fonte de renda adicional, forma de investimento financeiro ou garantia de promessa de retorno financeiro.

Além disso, as publicidades veiculadas em televisão aberta, por assinatura, nos serviços de streaming, pelas redes sociais e na internet só poderão ser exibidas entre 19h30 e meia-noite. Na rádio, entre 9h e 11h e 17h e 19h30. Estão proibidas peças direcionadas ao público infantojuvenil.

As empresas que patrocinam os clubes não podem incluir a logomarca nos uniformes de menores de idade. Ou seja, as camisas dos atletas das categorias sub-17, sub-15, sub-13 e assim por diante não contariam com a bet estampada na camisa. Também fica proibida a comercialização de roupas esportivas de equipes patrocinadas por casas de apostas para crianças e adolescentes.

A exemplo do que ocorre nas embalagens de cigarro, as empresas do ramo de apostas também serão obrigadas a veicular propagadas de desistímulo ao jogo, acompanhadas da frase “Apostas causam dependência e prejuízos a você e à sua família”.

Clubes preocupados

Clubes da elite do futebol nacional e de outras divisões manifestaram contrariedade com a possibilidade de novas medidas. Em nota, 11 equipes da Série A, que tem entre os patrocinadores casas de aposta, afirmam que as modificações podem provocar “um colapso do ecossistema do Esporte brasileiro, em especial o futebol”.

Diversas delas publicaram a nota na íntegra em suas redes sociais. Em um trecho, as agremiações alegam que “o segmento do esporte brasileiro irá perder, aproximadamente, R$1,6 bilhões/ano como consequência imediata da eventual entrada em vigor do Substitutivo do Senador Carlos Portinho, caso aprovado”.

“O segmento do esporte brasileiro irá perder, aproximadamente, R$1,6 bilhões/ano como consequência imediata da eventual entrada em vigor do Substitutivo do Senador Carlos Portinho, caso aprovado. A vedação à exposição de marcas de operadores em propriedades estáticas – placas – nas praças esportivas, contida na redação do Substitutivo, retira receitas fundamentais dos clubes”, dizem.