Publicidade
Publicidade

Opinião: reformulação no Corinthians expõe garotos em crise histórica

Há sete partidas sem vencer, Corinthians ocupa a 19ª colocação em ano sem medalhões e com enorme turbulência política como plano de fundo

O Corinthians perdeu para o Palmeiras na última segunda-feira, 1º de julho, aumentando ainda mais sua turbulência. Em penúltimo lugar no Campeonato Brasileiro, o Timão vive um momento de intenso caos político, o que transforma a crise atual em uma das maiores de sua história.

Publicidade

Para agravar a situação, o clube se encontra sem lideranças de peso em meio a uma reformulação drástica. Desde o fim de 2023, a equipe já se despediu de nomes experientes como Fábio Santos, Gil, Renato Augusto, Cássio, Giuliano e Paulinho, o que deixou jovens jogadores no olho do furacão.

Na derrota no Dérbi, o Corinthians utilizou quatro pratas da casa. No gol, Matheus Donelli (22 anos) tem sido o escolhido após assumir a posição de forma inesperada com as saídas de Cássio e Carlos Miguel. Na linha, Léo Maná (20 anos), Breno Bidon (19 anos) e Wesley (19 anos) também foram titulares. O capitão do time foi Gustavo Henrique, de 31 anos, que tem apenas 16 jogos pelo clube desde sua chegada em janeiro.

Publicidade

Vale lembrar que o Verdão entrou até com mais crias da base no Dérbi (cinco como titulares e oito no total), mas em um contexto totalmente oposto, com ídolos experientes em campo para apoiá-los e com a equipe em grande fase. O zagueiro alviverde Vitor Reis, de 18 anos, foi um dos destaques do clássico.

Matheus Donelli deve estrear no Campeonato Brasileiro contra os colorados - Rodrigo Coca / Ag. Corinthians
Matheus Donelli tem apenas 22 anos – Rodrigo Coca / Ag. Corinthians

Apesar dos esforços dos jovens, que não tiveram atuações ruins, a derrota no clássico foi inevitável. Após a partida, sem jogadores experientes para dar declarações, Léo Maná e Matheus Donelli foram enviados à zona mista para atender a imprensa.

Campeão da Copinha deste ano, Maná tem toda sua formação no Timão e já teve experiências com a equipe principal em temporadas anteriores. Sóbrio, o defensor, que fez seu 14º jogo como profissional, manteve a tranquilidade nas respostas.

Publicidade

“Ele (António) é um grande treinador. A gente trabalha no dia a dia muito bem. E é como eu falei, uma vitória muda tudo, a chave vira e vamos conseguir sair disso”, disse o lateral-direito ao ser questionado sobre o trabalho de António Oliveira.

Donelli seguiu a mesma linha, elogiando o processo e apontando o que ainda falta para o time embalar. “Falta a vitória, o trabalho vem sendo feito diariamente, o empenho é grande entre a comissão, atletas e diretoria. Eu acho que as coisas estão nos detalhes.”

A calma na análise da situação pode ser interpretada positivamente para entender o estado mental do grupo. No entanto, é necessário pontuar que o desenvolvimento de cada revelação do plantel pode ser freado pelo contexto caótico do Corinthians.

E se do lado do elenco o discurso é de blindagem contra assuntos externos, a cobrança da torcida leva em conta o todo. O corinthiano, que não deixa a Neo Química Arena vazia e deposita amor no clube, vê o clube em suas diversas facetas: envolvido em manchetes criminais, vivendo incerteza administrativa e com futebol pobre, correndo o risco real de um novo rebaixamento no Brasileirão após 17 anos.

Vale lembrar que a equipe rebaixada em 2007 tinha jovens revelações do elenco, como Lulinha e Éverton Ribeiro, que não renderam naquela triste fase do elenco.

Anteriormente, ao menos, figuras experientes como Cássio apareciam para esclarecer o torcedor. Hoje, os rostos que correm risco de serem manchados são daqueles que deveriam ser tratados como joias, mas têm sido usados como escudos.

A expectativa da torcida, além da chegada de reforços, é que os jogadores mais cascudos, como Fagner (35 anos, lesionado), Romero (31, servindo o Paraguai na Copa América) e Igor Coronado (31, brigando por titularidade), assumam maiores responsabilidades.

Para fazer parte da nossa comunidade, acompanhe a PLACAR nas mídias sociais.

Publicidade