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Zion Williamson: candidato ao posto de nova estrela da NBA

Ala-pivô é o estreante mais badalado da temporada da liga americana de basquete que se inicia

Na próxima terça, 22, começa uma nova temporada da National Basketball Association (NBA), o mais importante campeonato de basquete do planeta. Graças à excelente fase técnica de suas principais estrelas, o reinício da competição é aguardado com enorme expectativa, inclusive no Brasil, onde suas partidas voltarão à TV aberta depois de quinze anos — a transmissão será feita pela Bandeirantes. Desta vez, porém, astros consagrados como LeBron James, Stephen Curry e James Harden terão um novato na disputa pelos holofotes. O ala-­pivô Zion Williamson, recém-contratado pelo New Orleans Pelicans, é o estreante mais badalado desde 2003, quando o próprio LeBron debutou na NBA. As estatísticas e os feitos desse jovem de 19 anos tornam irresistíveis os superlativos atrelados a seu nome.

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Eleito o melhor jogador do torneio universitário americano em 2019, Zion foi o primeiro atleta a ser escolhido no último draft, como é chamado o sistema de recrutamento de novos nomes das principais ligas profissionais dos Estados Unidos. Esse sistema, criado na busca do nivelamento técnico das equipes, geralmente dá ao time de pior desempenho na mais recente edição do torneio a chance de escolher seu calouro antes de todos os outros. Quando a preferência caiu no colo dos Pelicans, não houve contestação: o ex-­jogador da Universidade Duke foi apresentado com a camisa número 1 e tornou-se automaticamente o rosto mais conhecido da franquia do Estado da Louisiana. Nos primeiros treinos de pré-temporada da equipe, geralmente acompanhados de alguns jornalistas e meia dúzia de aficionados, mais de 10 000 pessoas foram ao ginásio assistir aos primeiros movimentos de Zion na NBA.

A empolgação começou bem antes do draft. Na era das redes sociais, Zion ficou instantaneamente famoso três anos atrás, quando suas ferozes enterradas viralizaram na internet. Ainda no ensino médio, seu desempenho passou a chamar a atenção de celebridades — o rapper canadense Drake foi visto acompanhando partidas no acanhado ginásio da Carolina do Sul, usando a camisa da escola de Zion. Durante sua única temporada no basquete universitário, até o ex-­presidente americano Barack Obama, grande fã da bola laranja, frequentou suas partidas. Há quem diga que o jogador teria ido direto para a NBA, não fosse uma regra de 2005 que proíbe a seleção de um calouro egresso dos bancos escolares — LeBron James, por exemplo, “pulou” o college e foi “draftado” pelo Cleveland Cavaliers depois de se formar na high school.

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A brincadeira, agora, é traçar comparações entre Zion e LeBron, atual jogador dos Los Angeles Lakers, tricampeão da NBA. Desde cedo, LeBron é conhecido por seu físico privilegiado, o que o autoriza a voos fantásticos. Em termos atléticos, Zion chega ao basquete profissional tão bem quanto seu espelho chegou há dezesseis anos: embora seja 20 quilos mais pesado que LeBron em seu primeiro ano na liga, Zion tem maior impulsão vertical (leia o quadro abaixo). Além disso, é habilidoso. Quando criança, ele treinava como armador, visando a desenvolver seu controle de bola e precisão nos passes. “Já vimos muitos jogadores que achávamos que seriam um ‘novo LeBron’, mas nunca vimos ninguém com o porte físico e a maneira de jogar do Zion”, disse a VEJA o pivô brasileiro Anderson Varejão, que foi companheiro de James durante oito temporadas nos Estados Unidos. “Se ele continuar evoluindo, fizer um bom trabalho físico e tiver acompanhamento psicológico, vai ser uma estrela por muitos e muitos anos.”

Embora seja uma das várias coincidências entre Zion e LeBron, ser a primeira escolha do draft não é garantia de que o novato vá gravar seu nome de forma indelével na Liga. Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos, inigualável, viu outros dois nomes ser chamados antes do seu no recrutamento de 1984: Hakeem Olajuwon e Sam Bowie. O primeiro ainda teve sucesso na liga, foi bicampeão em 1994 e 1995. Bowie, quem se lembra de Bowie? Mesmo assim, há quem arrisque algo que pode soar como um sacrilégio: Zion consegue “imitar” Jordan no ato de voar em direção à cesta saltando de trás da linha de lance livre, um dos mais geniais movimentos em qualquer esporte. Com tantos predicados, torna-se irresistível acompanhar a estreia desse forte candidato ao posto de ímã da NBA.

Publicado em VEJA de 23 de outubro de 2019, edição nº 2657

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