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Werdum: ‘Quero ser o melhor peso-pesado da história do UFC’

Lutador gaúcho vai defender seu cinturão na luta principal no primeiro evento do UFC em um estádio de futebol. Ele enfrenta Stipe Miocic, no UFC 198, em Curitiba, dia 14 de maio

Fabrício Werdum já conta os dias para o momento mais importante de sua carreira. Em 14 de maio, o gaúcho defenderá o cinturão dos pesos-pesados bem perto de casa, em Curitiba (PR), no primeiro evento do UFC em um estádio de futebol. Seu duelo contra o americano Stipe Miocic será a luta principal do UFC 198, na Arena da Baixada, a casa do Atlético-PR, que deve receber 45.000 torcedores. Aos 38 anos, Werdum diz estar vivendo sua melhor fase, não pensa em aposentadoria e acredita que a vitória no Brasil pode elevá-lo mais ainda à condição de estrela mundial do MMA. “Quero ser o melhor peso-pesado da história do UFC, essa é minha meta.”

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Já em Curitiba, Werdum disse estar honrado por fazer a luta principal do evento que ainda terá Anderson Silva e Vitor Belfort, entre outras estrelas. Em conversa por telefone, o lutador respondeu às críticas que sofreu por ter adiado o duelo contra Miocic, que deveria ter acontecido em fevereiro, no UFC 196, em Las Vegas (EUA). Antes de o brasileiro alegar lesões no pé e nas costas para não lutar, seu adversário inicial, o americano Cain Velásquez, já havia desistido da luta, também por lesão. Werdum disse que se expressou mal na época, porque tinha duas lesões e não poderia lutar com ninguém.

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Confiante para sua primeira defesa de cinturão – conquistou o cinturão linear dos pesados ao vencer o americano Cain Velásquez, no UFC 188, em junho de 2015, na Cidade do México -, Werdum já sonha com uma luta histórica: quer conceder uma revanche ao russo Fedor Emelianenko, considerado um dos maiores lutadores de todos os tempos. Ele venceu o russo em 2010, pelo Strikeforce. E ainda provocou o irlandês Conor McGregor, “o lutador mais chato e o maior prostituto do UFC”.

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O UFC 198 será o primeiro evento da organização em um estádio de futebol no Brasil. O quanto essa oportunidade te motiva? A motivação é a melhor possível. Estou muito feliz, sempre tive esse sonho de lutar no meu país, com a torcida toda a favor. Com certeza vai ser um dos maiores eventos esportivos do Brasil. Assistir pela TV já é um grande espetáculo, mas ao vivo é uma energia totalmente diferente. Estou muito ansioso. Sei que haverá muita gente do Sul e de todo o Brasil invadindo Curitiba.

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Você já disse que gostaria de lutar na Arena do Grêmio, seu time do coração, mas na Arena da Baixada já está de bom, não? Está ótimo (risos). Morei aqui dois anos e acho que Curitiba é o maior celeiro da arte marcial no Brasil, não haveria lugar melhor. A Arena da Baixada ainda tem o teto retrátil, que é importante por causa da chuva. Tem uma estrutura excelente e tenho certeza que os 45.000 ingressos serão vendidos rapidamente. Eu só posso agradecer o UFC Brasil por essa oportunidade.

Stipe Miocic costuma vencer por nocaute, enquanto a maioria de suas vitórias acontece por finalização. Como você imagina essa luta? Aprendi que jamais podemos subestimar um adversário. O Miocic vem de duas vitórias, ele tem muita vontade, a mesma altura que eu (1.93 m), é corajoso, joga para frente. Mas não estou preocupado com ele, estou preocupado com o meu jogo. Sei que vai ser uma luta dura e, se eu puder acabar o mais rápido possível, farei. Mas também tenho que ser inteligente, porque tenho cinco rounds para poder ganhar.

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Você recebeu críticas por se recusar a lutar contra Miocic, em fevereiro, por lesão, logo depois do corte do Cain Velásquez. Esta é uma questão superada? Houve críticas, como sempre, estou acostumado, ainda mais nas redes sociais. Quando a crítica é feita com respeito, absorvo da melhor maneira, mas quando é feita com raiva e xingamentos, é porque a pessoa tem problemas com a vida e desconta no outro. Foi uma minoria que me criticou. De fato, eu me expressei mal na época, porque tinha duas lesões, uma no pé e outra nas costas. Disse que lutaria com Velásquez, mas na verdade eu não poderia lutar com ninguém com aquela lesão nas costas. Não lutar com o Miocic em fevereiro foi uma decisão de equipe.

Fabricio Werdum vence Cain Velásquez na luta principal do UFC 188, naCidade do México
Fabricio Werdum vence Cain Velásquez na luta principal do UFC 188, naCidade do México VEJA

Existe algum receio de nova lesão? Não, nenhum, até porque não há como evitar lesão. Hoje, por exemplo, treinei forte e ninguém se machucou. Estou me sentindo bem.

Recentemente, você bateu boca com Conor McGregor e Luke Rockhold. Quem é o lutador mais chato do UFC? Tem várias malas, mas acho que no momento o maior chato é o McGregor. Ele começou muito bem a carreira, falando bastante, ganhando as lutas, e é um bom lutador. Mas ele passou do ponto, não respeitou ninguém, estava se achando o melhor. Deve ter aprendido com essa derrota, porque estava falando demais, de mim, do Jon Jones. O McGregor é o maior prostituto do UFC. É claro que todo mundo luta por dinheiro, porque esse é nosso trabalho, mas existe um limite, não é programa de auditório tipo do Silvio Santos, aquele em que se “faz tudo por dinheiro”. Ele vendeu até a alma, se é que não vendeu outra coisa (risos).

O UFC brasileiro vive um momento de incertezas. As perdas de cinturões de Anderson Silva e José Aldo de alguma forma te pressionam? Não, não sinto nenhuma pressão. Vou ganhar porque quero ganhar, não porque preciso. Estou no meu melhor momento. Eu me sinto pressionado quando estou mal treinado, ou lesionado, ou com algum problema pessoal. Mas estou muito feliz de ter essa oportunidade de lutar em um evento histórico. Claro que torço para todos os brasileiros e tenho orgulho de representar meu país, mas a derrota dos outros não me afeta em nada. Só sinto uma energia muito positiva.

Lutadores como Fedor Emelianenko, Júnior Cigano e Jon Jones já manifestaram o desejo de te enfrentar. Quais seus próximos passos? Tenho alguns planos. Sou o campeão e estou feliz, mas quero muito mais. Quero ser considerado o melhor peso-pesado da história do UFC, essa é minha meta. E realmente quero lutar com o Emelianenko, um lutador que respeito muito. Minha vitória sobre ele em 2010 foi uma virada na minha carreira. Eu lhe concederia uma revanche com o maior prazer. Tenho amizade com o presidente da Chechênia, que me escolheu embaixador do MMA por lá, e gostaria muito de lutar contra o Fedor na Chechênia.

Aposentadoria, então, nem pensar? Aposentadoria? Nem sei o que é isso.

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