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Vôlei de praia: Catar libera uso de biquínis após ameaça de boicote

Alemãs Karla Borger e Julia Sude disseram que não iriam ao torneio de Doha caso fossem obrigadas a utilizar calça e camiseta

Dias depois de a dupla alemã formada por Karla Borger e Julia Sude ameaçar boicote à etapa de Doha, no Catar, do Circuito Mundial de vôlei de praia, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) anunciou na terça-feira, 23, que não haverá restrições ao uso de biquínis no evento. Antes, a organização catari exigia que todas as atletas utilizassem calça e camiseta por “respeito à cultura e tradições do país anfitrião”.

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A FIVB informou que debateu o assunto com a Associação de Vôlei do Catar (QVA), que autorizou o uso dos tradicionais uniformes de verão na primeira edição do evento feminino no país do Oriente Médio. Diante da polêmica com as duas atletas de elite, 16ªs colocadas do ranking mundial, a entidade internacional informou que “o vôlei de praia feminino deve ser julgado pela performance e esforço, não pelo uniforme.” A competição acontecerá entre 8 e 12 de março.

No último domingo, Karla Borger e Julia Sude disseram que boicotariam a etapa devido às restrições às suas vestimentas habituais “Estamos lá para fazer nosso trabalho, mas estamos sendo impedidas de usar nossas roupas de trabalho”, disse Borger à rádio Deutschlandfunk. “Este é realmente o único país e o único torneio em que um governo nos diz como fazer nosso trabalho, e é isso que estamos criticando”, completou.

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Borger ressaltou que é comum que atletas de vôlei de praia utilizem calças e camisetas, mas apenas em etapas realizadas em cidades mais frias. Ainda que bem inferiores às do verão escaldante, a partir de maio, as temperaturas no Golfo Pérsico podem chegar a 30ºC em março. A federação alemã de vôlei (DVV) demonstrou apoio imediato a suas atletas, o que impôs maior pressão à FIVB.

O Catar, dono das maiores reservas de gás natural do mundo, vem apostando na realização de grandes eventos esportivos e no investimento em potências como Bayern de Munique e PSG para fortalecer o turismo local e melhorar sua imagem junto à comunidade internacional. Em contrapartida, enfrenta diversas denúncias de violação aos direitos humanos, além de críticas de atletas incomodados em competir diante de tanto calor e umidade.

A Copa do Mundo de futebol no Catar, em 2022, será a primeira da história realizada nos últimos meses do ano, para fugir do verão escaldante. O torneio da Fifa é cercado de denúncias de trabalho escravo na construção dos estádios, além de suspeitas de corrupção no pleito que elegeu a  sede do Oriente Médio.

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