Volante do Flamengo depõe por envolvimento com milícia
Luiz Antônio presenteou chefe de quadrilha com veículo de 120.000 reais e é suspeito de inventar roubo para receber indenização do seguro
O jogador Luiz Antônio, do Flamengo, compareceu na tarde desta quinta-feira à sede da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) para ser ouvido pela polícia. Ele é suspeito de ter cometido o crime de estelionato e é investigado por envolvimento com uma milícia do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Alexandre Capote, Luiz Antônio presenteou um dos chefes da milícia com um carro de luxo, avaliado em 120.000 reais. E, em seguida, o pai do jogador, Luiz Carlos Soares, registrou queixa de roubo do mesmo veículo, para receber indenização prevista na apólice de seguro. As investigações policiais apontam para tentativa de golpe.
O falso roubo foi registrado pelo inspetor Alexandre Rocha de Antunes, conhecido como “Sérgio Preto”, que dizia ser “irmão de criação” do jogador. Antunes era um dos chefes da quadrilha.
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Os advogados do Flamengo, Michel Assef e Michel Assef filho, acompanhavam o atleta. O pai do jogador também era aguardado para prestar depoimento, mas não compareceu. Ele pode ser acusado de falsa comunicação de crime.
Enquanto ocorrem as investigações, o jogador segue afastado das atividades no Flamengo, que no domingo enfrenta o Coritiba, fora de casa, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. O clube informou que só vai se pronunciar sobre o caso após a conclusão das investigações.
Crimes – A milícia teve 27 integrantes denunciados à Justiça na semana passada, por delitos como roubo, tortura e associação criminosa. A quadrilha expulsava moradores de apartamentos e extorquia dinheiro dos mutuários de seis condomínios do bairro de Campo Grande, construídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Havia cobranças indevidas pelo uso de serviços públicos e até com o monopólio das vendas de cestas básicas. Na lista de presos, há oito policiais militares, um bombeiro, um policial civil, um agente penitenciário e dez civis Há relatos de que moradores foram mortos porque se recusaram a pagar cobranças indevidas da milícia.
(Com Estadão Conteúdo)