O técnico Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza, concedeu entrevista exclusiva à PLACAR nesta sexta-feira, 23, na capital cearense e narrou os momentos de tensão vividos no atentado ao ônibus que carregava a delegação tricolor no Recife, há dois dias, após empate contra o Sport, pela Copa do Nordeste. O treinador argentino revelou que temeu por vítimas fatais e cobrou punição exemplar aos responsáveis, pois “é preciso cortar o mal pela raiz.”

Na última quarta, 21, pedras e uma bomba foram arremessadas por torcedores do Sport contra o ônibus do Fortaleza, nos arredores da Arena Pernambuco, no Recife. Seis atletas ficaram feridos. Vojvoda, que estava no piso de baixo e não se feriu, contou ter vivido alguns segundos de puro terror.

“Escutei uma explosão muito forte, aí começaram os gritos. Foi uma pedra com uma bomba, que explodiu dentro do ônibus. A pedra acertou, poderia ter uma vítima fatal. Nesses cinco segundos, eu pensei em vítimas fatais. De verdade”, relatou o argentino à PLACAR, em entrevista cuja íntegra será publicada na edição impressa de março e nos próximos dias na PLACAR TV.

O ataque feriu com mais gravidade o zagueiro Gonzalo Escobar, atingido diretamente pela pedra. De acordo com o divulgado pelo clube, o defensor sofreu um trauma cranioencefálico e foi suturado com 13 pontos. A situação já grave, no entanto, poderia ter terminado em tragédia.

O ataque ao ônibus gerou diversas reações e o debate acerca das punições cresceu. Para o argentino, é necessário ser duro: “O único jeito de resolver são punições muito severas. Não é por um clube, ou por outro, mas muitas vezes tem que cortar o mal pela raiz”, disse. “O melhor daqui é a paixão. Gosto muito dos mosaicos, gosto muito que [os clubes] continuem jogando com ambas torcidas, mas também há um limite. Não se pode ultrapassar de determinados limites. Nós que somos parte disso temos que trabalhar juntos para que isso não aconteça mais.”