Vem aí o Brasileirão menos estelar dos últimos tempos
Debandada de craques tirou interesse e nível técnico das equipes do país
Começa no sábado um Campeonato Brasileiro com menos atrativos em relação aos últimos anos. Além das férias forçadas para a realização da Copa do Mundo, entre junho e julho, o torneio terá um número bem reduzido de estrelas em campo. Depois da saída dos principais jogadores da seleção brasileira – Neymar, Paulinho e Bernard deixaram seus clubes ao final da Copa das Confederações – em direção à Europa, o futebol nacional perdeu também alguns de seus craques estrangeiros (como Seedorf e Forlán), assistiu à aposentadoria de Juninho Pernambucano e Rogério Ceni e Alex – os ídolos de São Paulo e Coritiba – anunciaram que vão pendurar as chuteiras ao final da temporada.
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Além das despedidas, o início deste ano registrou outras baixas de jogadores de nível de seleção: o argentino Walter Montillo trocou o Santos pelo milionário futebol chinês e o chileno Eduardo Vargas recusou propostas do São Paulo e deixou o Grêmio para jogar no Valencia, da Espanha. Entre os treinadores, as ausências de Tite e Vanderlei Luxemburgo também deixaram o início do Brasileirão menos badalado. As exceções ficam por conta do retorno do argentino Dario Conca – campeão e melhor jogador do Brasileirão de 2010 – ao Fluminense, e a chegada do francês Nicolas Anelka ao Atlético-MG.
Ainda assim, muito pouco comparado às contratações bombásticas dos últimos anos – Tevez, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Alexandre Pato, Seedorf, Juninho e Forlán chegaram ao Brasil nos últimos anos com status de craques. Mas nem sempre o status de estrela garante sucesso. Em alguns casos recentes, os atletas não corresponderam em campo ao valor investido e causaram decepção em torcedores e dirigentes. Alexandre Pato é, provavelmente, o caso mais significativo. De um ano para cá, a condição do ex-atacante do Milan mudou drasticamente: do craque de 40 milhões de reais que chegou para conduzir o Corinthians ao bicampeonato da Libertadores e de olho em um vaga na seleção brasileira, Pato se transformou em moeda de troca, e terá de brigar para ser titular no São Paulo e vai assistir à Copa do Mundo, tranquilo, pela TV.
É possível que a edição de 2014 do Brasileirão surpreenda com equipes menos badaladas, porém eficientes – como foi o caso do último campeão, Cruzeiro -, ou até com o surgimento de jovens talentos (neste caso, o Santos passa a ser a maior esperança). A falta de novidades nos times tem quase voz única entre os cartolas dos clubes: fica tudo na conta da timidez de investimento dos patrocinadores e na Copa do Mundo, que rouba a atenção neste ano.