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Um ano após abertura da Copa, Brasil vive crise com arenas

A maioria das 12 sedes do Mundial tem arquibancadas vazias e dá prejuízo – alguns estádios estão inacabados e outros, como previsto, se tornaram elefantes brancos

Há exato um ano, a seleção brasileira abriu a Copa do Mundo com uma vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. As belíssimas arenas utilizadas no Mundial eram apontadas pela organização como o principal legado do evento para o país. No entanto, 12 meses depois, o Brasil se vê diante de uma crise na gestão de seus novos estádios. A maioria deles tem arquibancadas vazias e dá prejuízo, enquanto alguns nem sequer tiveram suas obras 100% finalizadas. E o pior: a previsão óbvia de que muitos se tornariam elefantes brancos se concretizou de forma quase imediata.

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No arena do Corinthians é possível ver áreas inacabadas e empoeiradas e até um andar inteiro, onde deveria funcionar uma espécie de shopping center, fechado. O palco de abertura da Copa do Mundo custou 1,1 bilhão de reais e, apesar do excelente público que costuma levar à sua arena, o Corinthians se afundou em uma crise financeira, pois não consegue bancar o estádio. Toda a arrecadação de bilheteria, publicidade, venda de camarotes e até estacionamento do estádio vai direto para um fundo responsável por pagar essas prestações – o que causou o atraso nos pagamentos dos atletas por vários meses.

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A partir do mês que vem o Corinthians terá de pagar os empréstimos feitos durante as obras. Ao BNDES, serão prestações mensais de 5 milhões de reais. A partir de dezembro de 2016 deverão ser pagos mais 5 milhões de reais por mês do financiamento feito com a Caixa Econômica Federal. A arrecadação média de cada jogo tem sido de cerca de 2 milhões de reais brutos e, mesmo com protestos de parte da torcida, a diretoria já avisou que não vai diminuir o preço do ingresso. Se a arrecadação cair muito, há o temor de que o clube não consiga quitar os empréstimos, que tem prazo de 12 anos.

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Público – Dos 12 estádios utilizados na Copa, os de Corinthians e Inter são aqueles que mais têm levado público aos estádios. A maioria, porém, costuma ter arquibancadas vazias, o que gera um enorme prejuízo, já que os custos com manutenção são altíssimos. Mesmo palcos históricos do futebol nacional, como Maracanã, Fonte Nova e Mineirão, têm tido médias de público baixas (exceto em grandes clássicos ou jogos decisivos), muito graças ao encarecimento dos ingressos.

A maior reclamação dos clubes é que concessionárias e federações locais ganham uma fatia cada vez maior nas rendas dos jogos, o que faz com que muitas equipes evitem atuar nos estádios da Copa.

Elefantes brancos – Não era nada difícil prever o cenário atual das arenas de Brasília, Natal, Cuiabá e Manaus, cidades que não possuem grande tradição futebolística, muito menos times na Série A do Brasileirão. O Mané Garrincha, que custou mais de 1 bilhão de reais (o mais caro da Copa), se consolidou como um dos principais elefantes brancos do país. Seus jogos com maior público são aqueles entre grandes clubes de Rio ou São Paulo, que aceitam jogar algumas partidas no local, em troca de uma fatia da renda.

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Para tentar diminuir o prejuízo, o governo de Brasília transferiu alguns escritórios de secretarias do Governo para o estádio e o transformou em um estacionamento de ônibus. O local ainda recebeu diversos eventos, como casamentos e bailes de carnaval. Mas futebol mesmo pouco se viu no local.

Situação semelhante acontece nas Arena das Dunas, Amazônia e Pantanal. Para as equipes locais, não é vantajoso pagar um aluguel caríssimo e ver as arquibancadas vazias. Com isso, os problemas de manutenção já podem ser notados – alguns dos estádios da Copa sofrem até com goteiras e vazamentos, apenas um ano após o início da festa.

(da redação)

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