UFC: St-Pierre lamenta ‘trapaça’ de Anderson Silva
Afastado desde 2013, ex-campeão dos meio-médios diz que luta do brasileiro não poderia ter acontecido e cobra independência no controle antidoping
O lutador canadense Georges St-Pierre, uma das lendas do UFC e apontado como possível próximo adversário de Anderson Silva, se pronunciou sobre o caso de doping envolvendo o brasileiro. O ex-campeão dos meio-médios, que está afastado do esporte desde 2013 por questões pessoais, lamentou o ocorrido, mas falou em “trapaça” e cobrou maior exigência e independência no controle antidopagem. “Eu me sinto muito triste por Anderson Silva. Não quero falar sobre um indivíduo, quero falar sobre o sistema, que é um grande problema nas artes marciais mistas”, afirmou St-Pierre à agência de notícias Canadian Press.
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De acordo com o lutador de 33 anos, o duelo entre Anderson Silva e o americano Nick Diaz, que marcou o retorno do brasileiro após 13 meses de ausência, não poderia ter acontecido. “A luta deveria ter sido cancelada, porque doping é trapaça, é uma arma biológica. Se eu lutar com uma faca, e a organização sabe que eu tenho uma faca, eles não deveriam me deixar lutar, pois estou carregando uma arma. Uma droga que melhora o rendimento é a mesma coisa.”
O UFC se defendeu das críticas de que a luta deveria ter sido cancelada ao afirmar que o resultado dos exames, realizados pela Comissão Atlética do Estado de Nevada, só chegou após a realização do UFC 183, em Las Vegas. St-Pierre, no entanto, acredita que a comissão tinha interesse econômico no evento e que os exames deveriam ser realizados por órgãos independentes.
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“Na Olimpíada, são realizados exames por uma organização competente e independente – Agência Mundial Antidoping (Wada) -, que não tem nenhum interesse financeiro na promoção do esporte. Acredito que as comissões atléticas estão fazendo um trabalho muito melhor agora do que no passado, porque fazem exames surpresa, mas ainda têm muito a melhorar”, afirmou St-Pierre. Segundo a Canadian Press, a Comissão Atlética de Nevada recebe, por contrato, 6% da receita da bilheteria dos eventos do UFC realizados no Estado americano, além de uma parte da receita obtida com transmissão de TV.