UFC 168: Anderson fratura a perna e perde sua revanche
O sonho de recuperar o cinturão acabou de uma forma triste e chocante: o ex-campeão tentou um chute, acertou o joelho de Weidman e abandonou o duelo
O brasileiro, que tinha nos chutes baixos uma das maiores armas para minar a resistência do americano, tentou algumas vezes o golpe até que, num desses petardos, sua canela acertou em cheio o joelho do americano. Foi possível ver a perna do campeão virando num ângulo assustador
O brasileiro Anderson Silva passou quase seis meses sendo criticado e escutando que não deveria ter provocado tanto Chris Weidman, quando foi nocauteado pelo americano no UFC 162, em julho, em Las Vegas. O que mais o incomodava era a frase: “Você pode provocar, mas não deve esquecer que precisa lutar”. Na madrugada deste domingo, outra vez em Las Vegas, no UFC 168, ele enfim voltou ao octógono, mas estava diferente: lutava com seriedade, sem baixar a guarda, tentando não dar margem para uma nova surpresa. Mas a estratégia foi por terra de uma forma que ninguém seria capaz de imaginar: Anderson Silva tentou um chute baixo, acertou em cheio o joelho de Weidman e fraturou a perna esquerda, sendo forçado a abandonar o combate. O maior lutador da história do MMA saiu do octógono numa maca, com a perna imobilizada. A interrupção aconteceu no início do segundo round. Weidman segue sendo o campeão, mas a grande dúvida agora é sobre o futuro de Anderson: será o Spider capaz de voltar de uma contusão tão séria? Enquanto os fãs se faziam essa pergunta na saída da MGM Grand Garden Arena, o maior ídolo brasileiro das lutas era levado num hospital próximo ao hotel. É provável que Anderson tenha de ser submetido a uma cirurgia no local da gravíssima contusão.
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Com clima de muito respeito, Anderson e Weidman passaram os primeiros momentos da luta se estudando, com nenhum deles tentando atacar. O campeão conseguiu uma boa sequência de socos que derrubou o desafiante, mas o brasileiro conseguiu se recuperar e a luta seguiu normalmente no chão, com o americano sempre pressionando e o brasileiro, apesar da posição incômoda, encaixando golpes potentes. No fim do primeiro assalto, o Spider até melhorou e quase encaixou uma finalização, mas não havia tempo para mais nada. Sempre com a guarda alta e sem brincar em nenhum momento, Anderson voltou mais agressivo para o segundo round, mas sofreu uma lesão terrível e chocante logo no início desse assalto, depois de apenas 1min16. O brasileiro, que tinha nos chutes baixos uma das maiores armas para minar a resistência do americano, tentou algumas vezes o golpe até que, num desses petardos, sua canela acertou em cheio o joelho do americano. Foi possível ver a perna do campeão virando num ângulo assustador.
Depois da vitória, Chris Weidman – que, assim como o público, também parecia não acreditar no que havia acabado de presenciar – disse que não sabe quem será seu próximo rival, mas pediu para que, antes de se falar num novo desafio, o público respeitasse Anderson Silva. “Não importa o que aconteceu aqui hoje, ele ainda é o maior de todos os tempos. Desejo a ele tudo de bom, que Deus o abençoe”, disse. Vitor Belfort, que estava à beira do octógono, tem quase garantida a chance de devolver o cinturão ao Brasil – a próxima luta valendo o título deverá ser confirmada ainda nesta madrugada pelo presidente do UFC, Dana White, mas ainda sem data e local definidos. O chefão do torneio, aliás, não teve um bom fim de ano: depois de uma temporada cheia de lutas históricas e inesquecíveis, tem de amargar a perspectiva preocupante de um longo afastamento (e possivelmente a despedida definitiva) de seus dois maiores vendedores de pay-per-view – antes da chocante contusão de Anderson, o canadense Georges St-Pierre decidiu se retirar dos octógonos por tempo indeterminado. Do trio de grandes campeões que iniciou o ano no topo do ranking peso-por-peso, só restou Jon Jones.