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Uefa ‘veste’ arco-íris, mas mantém veto ‘político’ em Alemanha x Hungria

Entidade diz que foi mal interpretada em sua decisão de proibir manifesto LGBT+ e aponta pedido de autoridades alemãs com viés político contra húngaros

A Uefa se manifestou na manhã desta quarta-feira, 23, após enorme repercussão ao veto do pedido de autoridades da Alemanha para iluminar a Allianz Arena com um arco-íris, símbolo da causa LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e simpatizantes), na partida entre Alemanha e Hungria, às 16h, pela última rodada da fase de grupos da Eurocopa. Pelas redes sociais, a entidade incorporou as cores do movimento em seu símbolo e justificou novamente a decisão, alegando que o pedido alemão tinha viés político.

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“Hoje, a Uefa se orgulha de vestir as cores do arco-íris. É um símbolo que incorpora nossos valores fundamentais, promovendo tudo em que acreditamos – uma sociedade mais justa e igualitária, tolerante com todos, independentemente de sua origem, crença de gênero”, disse na primeira parte.

“Algumas pessoas interpretaram a decisão da Uefa de recusar o pedido da cidade de Munique para iluminar o estádio de Munique com as cores do arco-íris para uma partida da Euro 2020 como ‘política’. Pelo contrário, o pedido em si era político, ligado à presença da equipe húngara de futebol no estádio para o jogo desta noite com a Alemanha”, completou, antes de concluir, com destaque em negrito no comunicado, a visão final da entidade:

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“Para a Uefa, o arco-íris não é um símbolo político, mas um sinal de nosso firme compromisso com uma sociedade mais diversificada e inclusiva”.

A maior reclamação, sobre a influência decisiva do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, foi rechaçada pela entidade. Apoiado pelo governo de extrema-direita de Budapeste, Órban aprovou uma nova lei que proíbe a disseminação de conteúdo que promova a igualdade de gênero. Estudantes, menores de 18 anos, não terão acesso a qualquer conteúdo que faça menção ou referências ao homossexualismo. A lei também monitora o conteúdo publicitário de empresas, que também possam sugerir ou incentivar o tema.

Desde o anúncio de que proibiria o ato no estádio de Munique clubes alemães, jogadores e até mesmo autoridades do país passaram a rebater a escolha da entidade, endossando ainda mais o apoio ao movimento. A capa do Bild, principal jornal alemão, uniu a bandeira do país a bandeira do movimento.

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Capa do jornal Bild mesclou a bandeira alemã com a do movimento LGBT+ -
Capa do jornal Bild mesclou a bandeira alemã com a do movimento LGBT+ – Reprodução/Divulgação

“Não creio que a Uefa esteja se mostrando como uma instituição aberta e tolerante”, afirmou o prefeito da cidade, Dieter Reiter, à Agência EFE. “Não nos deixamos impressionar. Independentemente do que a Uefa diga”.

Reiter informou que a sede da prefeitura, no centro da cidade, terá bandeiras içadas durante a partida. No entorno do estádio, 11.000 bandeiras coloridas serão distribuídas para os torcedores em forma de protesto.

Entre os alemães, clubes como Wolfsburg, Schalke 04, Koln, Eintracht Frankfurt, Hertha Berlin, Augsburg foram os primeiros a se posicionar. Muitos deles, inclusive, informaram que vão iluminar os seus estádios com o arco-íris no momento da partida.

Eles foram seguidos por Barcelona, Juventus e outros gigantes europeus. Posteriormente, foi a vez de jogadores como Antoine Griezmann e outros nomes importantes. “Não se trata de provocação. É fazer a coisa certa”, rebateu o Schalke em suas redes sociais, com uma imagem do arco-íris exposta no telão do estádio.

O perfil oficial do estádio Olímpico de Berlim, utilizado pelo Hertha Berlim, também disse que fará coro ao manifesto: “Quando se trata de tolerância e direitos humanos, estaremos presentes – amanhã, a partir das 21h (16 horas de Brasília)”.

A entidade europeia alega que o evento não pode sofrer com “interferências políticas” e sugeriu aos alemães o uso do símbolo em outras datas alternativas como 28 de junho, Dia da Libertação da Rua Christopher, ou entre 3 e 9 de julho, Dia da Rua Christopher em Munique.

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