Tite revela pedido à CBF para a Copa América não ser disputada no Brasil
Técnico da seleção afirmou que a conversa aconteceu antes da decisão da Conmebol e falou que o posicionamento não tem viés político
O técnico Tite concedeu uma entrevista coletiva na tarde deste sábado, 12, na véspera da estreia da seleção na Copa América e trouxe uma nova informação sobre a disputa da competição no Brasil. O comandante da seleção brasileira afirmou que ele, os atletas e o coordenador da seleção Juninho pediram para o então presidente Rogério Caboclo não trazer o torneio para o país, por causa da pandemia da Covid-19.
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O treinador criticou o fato de o Brasil receber o torneio, criticou a Conmebol e a CBF e chamou a organização de “atabalhoada”. A seleção brasileira enfrenta a Venezuela neste domingo, 13, às 18 horas (horário de Brasília), no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os venezuelanos terão 12 desfalques entre jogadores e membros da comissão técnica por conta de um surto de Covid-19 em sua delegação.
Confira a entrevista de Tite:
Foi definida a Copa América. Gostaria que não tivesse essas possibilidades todas, ou esses problemas todos, não só com a Venezuela, mas com qualquer um. A organização atabalhoada. Isso aqui não tem viés político nenhum. Tem uma crítica direta à Conmebol e a quem decidiu da CBF ser a Copa América aqui. Tenho um respeito muito grande em relação a isso e à minha história. Não tenho partido político nenhum. Sempre votei em pessoas, não em partidos políticos. Me sinto muito à vontade e em paz para falar sobre isso.
Não tendo viés político, politizaram essa situação. Optamos por jogar a Copa América, ser leais, e pedir ao presidente da CBF antes… Eu pedi, os atletas pediram, o Juninho pediu, antes de estar definida ela ser no Brasil. Nós fomos leais e pedimos antes. Antes de levar ao presidente da República e ao país. Colocamos a situação e que não gostaríamos. Por respeito a tudo o que está envolvido, e pelo lado sentimental. Pediram tempo para nós, a situação ficou definida e ficamos expostos na situação. Essa é a realidade.
A partir do momento disso, decidimos nos manifestar todos de uma forma conjunta. Mas já que foi definida, temos orgulho do nosso país. Temos orgulho de representar a seleção. Tenho orgulho de ser técnico da seleção brasileira. Nos orgulha muito estar aqui. Na medida que a gente tem uma decisão e fala para quem tem capacidade de decisão, volto a dizer, por favor entendam: não tem preto e branco. Existe o cinza. Existe a seleção brasileira. Existem nós que temos o discernimento de colocar o nosso trabalho acima, tendo sim as nossas opiniões, mas optando por falar fora daqui. Isso é respeito à instituição também. A partir do momento que nos colocamos contrários à realização, mas vamos jogar, não tem bengala, não tem muleta. Vamos jogar. Vamos nos cuidar da melhor maneira possível e vamos jogar com a exigência. Eu vou cobrar, vocês vão cobrar, porque é a nossa responsabilidade e foi isso que nós optamos.