Tite revela bronca da filha e assume favoritismo do Brasil na Copa
Após o sorteio dos grupos em Doha, treinador disse ter sido advertido por reclamar demais e ressaltou bom momento da seleção brasileira
Tite demonstrava serenidade após o sorteio de grupos da Copa do Mundo desta sexta-feira, 1º de abril. No evento realizado no Centro de Exposições e Convenções de Doha, ele praticamente viu um filme de quatro anos antes se repetir, com a presença de Sérvia e Suíça novamente na chave da seleção brasileira, como em 2018 na Rússia — a novidade foi Camarões no lugar de Costa Rica. O treinador gaúcho viu os reencontros como uma vantagem e não se escondeu da condição de favorito ao título.
Assine #PLACAR digital no app por apenas R$ 6,90/mês. Não perca!
“O Brasil está entre os favoritos. Temos cinco títulos mundiais, temos alguns dos melhores jogadores do mundo. Mas, nossa equipe tem que consolidar o seu bom momento nas Eliminatórias e evoluir. Não existe moleza em campeonatos mundiais”, salientou Tite em conversa com jornalistas na zona mista, citando a histórica campanha da equipe nas Eliminatórias (terminou invicta, com 45 pontos, o recorde no formato por pontos corridos).
Questionado sobre a possibilidade de convocar 26 jogadores em vez de 23, algo que vem sendo estudado pela Fifa para amenizar os riscos de contaminação por Covid-19 dos atletas, Tite preferiu não contar com isso, nem reclamar dos problemas causados pela pandemia em seu último ciclo. Ele ainda se divertiu ao revelar que levou uma dura da família. “A minha filha Gabriele é socióloga e ela costuma dizer para mim, quando reclamo que gostaria de ter mais tempo para trabalhar: você tem os melhores jogadores de futebol à sua disposição para trabalhar e ainda reclama? Fiquei quieto e não reclamo mais (risos).”
O treinador se disse feliz com o fato de o Brasil ter caído no Grupo G e estrear apenas em 24 de novembro, ampliando seu tempo de preparação (a Copa começa dia 21, com Catar x Equador na abertura). “Gostei de ter mais tempo para treinar a seleção, antes de nossa estreia, sim. Nesta reta final do ciclo, gostaríamos de enfrentar seleções europeias, já que teremos dois adversários deste continente, na fase de grupos. Mas a agenda deles é complicada. Terão duas rodadas da Liga das Nações e não há muita disponibilidade de datas. Por outro lado, eles também não tem jogado muito contra seleções sul-americanas, como Brasil, Argentina, Equador e Uruguai. Eles também terão dificuldades.”
Indo para sua segunda Copa do Mundo, o técnico gaúcho disse que “esta experiência traz uma naturalidade maior” e vê a seleção mais equilibrada, com jovens atletas como Antony e Vinicius Junior dividindo protagonismo com atletas mais experientes como Neymar. “Todo o grupo será fundamental para que a seleção brasileira alcance um bom desempenho. Inclusive o Neymar. Nos últimos quatro anos, houve uma renovação na seleção brasileira e isso foi fruto de um bom trabalhos nas seleções de base. Houve uma integração que facilitou a formação deles e também a naturalidade com que vestiram a camisa da seleção brasileira.”
Em 2018, a seleção brasileira estreou com empate em 1 a 1 com a Suíça e venceu a Sérvia por 2 a 0 na terceira partida, além de ter batido a Costa Rica por 2 a 0. Na sequência, o time de Tite eliminou o México nas oitavas, mas caiu diante da Bélgica, nas quartas de final.