20 anos após o Bahia, coube ao Sport levar de novo o Nordeste para a disputa da Copa Libertadores. E tudo isso veio com um ano de 2008 mágico, que teve o título da Copa do Brasil pelo clube.
E o ano começou a com a disputa do Campeonato Pernambucano e a Copa do Brasil, com um elenco bem montado por Nelsinho Baptista, que fez grande trabalho naquele ano, em especial no primeiro semestre.
O goleiro do clube era Magrão, até hoje no clube, fazendo defesas importantíssimas e tendo no banco o também muito bom goleiro Cléber.
As laterais tinham Luisinho Netto e Dutra. O primeiro era dono de um excelente chute e tinha muita qualidade ofensiva, marcando muitos gols. Já Dutra era rápido e oportunista.
No miolo da zaga, o destaque era o xerifão Durval, que apesar de não ter grande técnica para sair jogando, era um marcador implacável, ajudando muito o clube a ter uma boa defesa, com Igor a seu lado.
Sandro Goiano era o volante de muita pegada no meio de campo, com força e segurança na marcação. Daniel Paulista era o volante mais técnico desse time, ajudando a fazer um meio de campo completo, que ainda tinha o ex-palmeiras Fábio Gomes. Contudo, o jogador técnico deste meio de campo era mesmo Luciano Henrique, de muita qualidade, que o fez se tornar um dos ídolos da equipe. Na final da Copa do Brasil, o time ainda teve a ajuda de um jovem Kassio, revelação do Sport.
O craque desse time, emprestado pelo Goiás, era Romerito, meia de muita habilidade e técnica, além de ser artilheiro. Contudo, com contrato de empréstimo até 31 de maio de 2008, não ficou até a final da Copa do Brasil e ainda jogou pelo Goiás o Campeonato Brasileiro.
No ataque, o time tinha diversas opções para marcar gols. A técnica vinha com o experiente Leandro Machado, em seu último ano na carreira, trazendo além de técnica, experiência ao time, no alto de seus 32 anos. Só não seguiu a carreira porque sofreu com graves lesões no joelho. Ao lado dele, jogava um ídolo do futebol nordestino, o baixinho e “arretado” Carlinhos Bala, liso, com incrível velocidade e oportunista, marcando muitos gols pelo time.
No banco, o time ainda tinha os importantes centroavantes Enílton e Roger, de características semelhantes, mas sem “fazedores de gol”.
E o primeiro torneio do ano foi o Campeonato Pernambucano. No primeiro turno, o time estreou em 12 de janeiro com goleada de 4 x 0 sobre o Salgueiro na Ilha do Retiro. Na primeira parte, no grupo C, foram quatro vitórias e dois empates. Na segunda, no grupo F, foram cinco vitórias e uma derrota. A derrota foi para o Serrano, fora de casa, por 0 x 1. Contudo, na Ilha do Retiro, o clube devolveu a derrota com uma goleada por 8 x 0.
Ao final dessa primeira fase, o Sport foi o vencedor, com nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota, com 34 gols pró (melhor ataque) e onze gols contra. O time foi campeão com um ponto à frente do Náutico. Com isso, o clube foi campeão do primeiro turno.
O segundo turno seria um hexagonal, com os seis melhores colocados do primeiro turno, em jogos de ida e volta. Aí, o Sport jogaria os primeiros clássicos do ano no torneio. O vencedor do segundo turno disputaria a final contra o Sport.
Os adversários nesse hexagonal seriam Central, Náutico, Salgueiro, Ypiranga e Serrano. O time estreou com vitória, na Ilha do Retiro, de 3 x 0 sobre o Salguiro. Depois, fora de casa, venceu Central e o clássico contra o Náutico, por 2 x 0 e 1 x 0. Em casa, no jogo seguinte, o time venceu o Ypiranga por 2 x 1, mas encerrou o turno perdendo, de novo, para o Serrano, fora, por 0 x 1.
No returno, estreou empatando com o Ypiranga, fora, por 1 x 1. Depois, venceu o Serrano em casa por 3 x 0 e o Salgueiro fora pelo mesmo placar. O jogo do título foi na Ilha do Retiro, dia 16 de abril. Com gol de Leandro Machado, o Sport empatou em 1 x 1 com o Central e conquistou o título. Na última rodada, ainda empatou em casa com o Náutico por 0 x 0. Com 21 pontos, o Sport ficou quatro pontos à frente do segundo colocado Central e foi campeão antes da final.
Foram 22 jogos, com 15 vitórias, cinco empates e duas derrotas, ambas para o Serrano. Com 50 gols pró, o time teve o melhor ataque do torneio. Com 15 gols sofridos, teve também a melhor defesa da competição. Romerito, com dez gols, foi o artilheiro do Sport no torneio.
Na Copa do Brasil, o Sport começou jogando em fevereiro e março contra o Imperatriz, do Maranhão. Após empate por 2 x 2 fora de casa, com gols de Durval e Carlinhos Bala, o clube fez o que faria durante todo o torneio em casa: goleou. Fez 4 x 1, com gols de Luisinho Netto, Romerito, Igor e Reginaldo.
Na segunda fase, enfrentou o Brasiliense e já venceu no Distrito Federal, por 2 x 1, com gols de Dutra e Romerito. Em casa, novamente, fez 4 x 1, com gols de Carlinhos Bala, Igor, Roger e Enílton.
Nas oitavas de final, o primeiro grande desafio, logo após a conquista do Pernambucano. O Palmeiras, que seria campeão paulista, de Vanderlei Luxemburgo era o rival. Após 0 x 0 no Palestra Itália, o Sport voltou a repetir o 4 x 1 na Ilha do Retiro, com três de Romerito e um de Dutra.
Nas quartas, contra o Internacional, a primeira derrota do time recifense no torneio. No Beira-Rio, perdeu por 0 x 1. Já em casa, novamente, venceu bem, fazendo 3 x 1 no rival, com gols de Leandro Machado, Roger e Durval, com um gol aos 33 do segundo tempo, dando a vaga ao Sport.
Na semifinal, na Ilha do Retiro, pegou o Vasco e com gols de Durval e Daniel Paulista, aos 15 e 18 do primeiro tempo, o Sport abriu vantagem. contudo, na volta, em São Januário, com um gol de Edmundo aos 45 do segundo tempo, o Sport perdeu por 0 x 2 e foi decidir nos pênaltis. Os quatro primeiros de cada time marcaram. Na última cobrança, Carlinhos Bala fez e Edmundo isolou, chutando muito por cima do gol, deixando o Sport classificado para a final.
E o rival seria o Corinthians, que estava se remontando e se preparando para a disputa da série B. O Sport já não tinha Romerito, sem contrato. No Morumbi, o Corinthians fez 3 x 0, mas Enílton, com um gol aos 46 do segundo tempo, deu mais chances ao Sport. Após esse gol, Carlinhos Bala disse que esse era o gol do título. E ele tinha razão.
Na volta, na Ilha do Retiro com 33.921 torcedores, Carlinhos Bala aos 34 e Luciano Henrique aos 37 do primeiro tempo, fizeram os gols que seriam do título do Sport, um dos mais importantes da história da equipe.
No segundo semestre, o Sport disputou o Campeonato Brasileiro e fez uma campanha razoável, ficando na 11ª colocação. Foram 14 vitórias, dez empates e 14 derrotas, com 48 gols pró e 45 gols contra. Com onze gols, Roger foi o artilheiro do time no torneio.