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Times históricos: Atlético-MG de 1999

Galo venceu o Mineiro e foi vice-campeão brasileiro neste ano

1999 foi um ano em que o futebol brasileiro teve muitos esquadrões de muita qualidade. Além de Palmeiras e Corinthians, que protagonizaram no ano por suas conquistas, o Atlético-MG montou sua melhor equipe da década de 1990 e, por pouco, não saiu da fila no Campeonato Brasileiro.

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Contudo, foi um ano conturbado para o Galo. Após começar o ano com Ricardo Drubscky, de forma interina, e depois Toninho Cerezo, em seu primeiro trabalho como treinador. Nenhum dos dois se manteve. Veio Darío Pereyra, que conquistou o Mineiro, mas também caiu. No fim do ano, Humberto Ramos levou o time ao vice-campeonato nacional. Era seu primeiro trabalho, que surgia sem querer, após a saída do treinador uruguaio. Ramos era dirigente do clube e acabou aceitando o desafio.

E os jogadores do elenco do Galo eram experientes ou jovens promissores, que anos depois chegariam à seleção e brilhariam na Europa. 

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Guilherme foi o grande nome do Atlético-MG em 1999 – RICARDO CORREA

No gol, após título da Libertadores como lanterna, o experiente Velloso dava qualidade e segurança ao time mineiro. Na defesa, Cláudio Caçapa e Galván davam a segurança ao time. Caçapa chegou à seleção e deixaria o Galo em 2001 para defender o Lyon, clube pelo qual jogou até 2007.

No meio de campo, a segurança e técnica de Gallo, já experiente em decisões nacionais por Santos e Portuguesa, por exemplo. Ao seu lado, na criação, o já rodado Robert, com muita categoria e técnica, que ajudara o Santos a ser finalista do Brasileiro de 1995.

Ali também surgiam jovens que brilhariam no Brasil e na Europa, casos de Belleti, que jogava de volante, mas poderia ser lateral direito, e o meia Lincoln, ainda muito jovem, mas muito técnico.

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O Atlético-MG disputou a final do Brasileiro de 1999 contra o Corinthians – Alexandre Battibugli

No ataque, dois nomes de peso e com experiência para levar o Galo longe. Marques, já ídolo na equipe e Guilherme. Matador daquela equipe, o jogador, então com 25 anos, marcou 28 gols e quase igualou o recorde do Campeonato Brasileiro, que era de Edmundo, com 29 gols em 1997.

O time ainda tinha outros experientes jogadores que ajudaram naquele ano cheio, mas com muita alegria para os torcedores do time mineiro.

Naquele primeiro semestre, além do Mineiro, o time jogaria a Copa Centro-Oeste e a Copa do Brasil. 

Atlético-MG comemora o título mineiro de 1999 – EUGENIO SAVIO

Na Copa Centro-Oeste, o Galo caiu no grupo mineiro, com Cruzeiro, América-MG e Villa Nova. Com três vitórias, um empate e duas derrotas, com 12 gols pró e oito contra, o time se classificou em primeiro para a fase semifinal. O rival foi o Cruzeiro e, em jogo único, com mando do Galo, o time foi goleado por 1 x 5.

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No Módulo I do Campeonato Mineiro, no entanto, a história foi outra. O time entrou na segunda fase e jogou turno e returno contra os outro sete clubes dessa fase. Foram oito vitórias, quatro empates e duas derrotas (para América e Caldense), com 31 gols pró (melhor ataque) e 13 gols contra. Com 28 pontos, ficou em primeiro e foi para a final contra o América-MG, que com um ponto a menos, tirou o Cruzeiro pelo número de vitórias. 

Na final, em três jogos, perdeu o primeiro por 2 x 1, com gol de Lincoln para o Galo. No segundo jogo, empate por 1 x 1, com Belletti abrindo o placar para o Galo. No terceiro jogo, com 72.680 torcedores no Mineirão, o Galo venceu por 1 x 0, com gol de Lincoln cobrando pênalti. Aquele time tinha Neguette na defesa, Émerson no gol, Mancini no banco de reservas e Curê no ataque, ao lado de Marques.

Na Copa do Brasil, o Galo enfrentou o Linhares, no Espírito Santo, logo na primeira fase e venceu por 3 x 0, eliminando o jogo da volta. Na segunda fase, o rival foi o Bahia. Após empate em 1 x 1 na Fonte Nova, o clube foi eliminado no Mineirão com derrota por 0 x 1.

O Atlético-MG ia bem pelo alto em 1999 – ALEXANDRE BATTIBUGLI

No segundo semestre, o Galo disputou apenas o Campeonato Brasileiro. E na primeira fase, aos trancos e barrancos, com demissão de Darío Pereyra, o clube quase foi eliminado. Nos 21 jogos, foram dez vitórias, três empates e oito derrotas, com 39 gols pró e 30 contra. Com 33 pontos, ficou em sétimo, à frente do Guarani apenas pelos gols marcados, dois pontos a frente de Atlético-PR e Palmeiras, que não se classificaram para as quartas de final.

No mata-mata, um clássico. Como o segundo colocado foi o Cruzeiro, o rival das quartas foi justamente o maior rival. Na primeira fase, havia sido derrotado por 0 x 3 para o rival. O primeiro jogo da semifinal seria com mando do Galo. Guilherme fez 1 x 0 para o Atlético-MG. Paulo Isidoro empatou no primeiro tempo para o Cruzeiro, mas antes do intervalo, Guilherme, de novo, colocou o Galo na frente. No começo da segunda etapa, o Cruzeiro empatou, mas antes do fim do jogo, Marques marcou duas vezes e deu vantagem ao time alvinegro.

O Atlético-MG, vice-campeão brasileiro de 1999 – Revista Placar

No jogo da volta, com mando do Cruzeiro, a Raposa tinha que ao menos empatar para forçar o terceiro jogo. Com 34 da primeira etapa, Ricardinho fez 1 x 0 Cruzeiro. Dois minutos depois, Guilherme empatou para o Atlético. Com dois minutos da segunda etapa, Müller fez 2 x 1 para o Cruzeiro. O time precisava de mais um gol para jogar pelo empate na última partida. Mas quem marcou foi o Atlético, com Adriano e Guilherme, que viraram com gols aos 30 e 35, chegando à semifinal do torneio.

A semifinal seria contra o Vitória, time treinando por Toninho Cerezo, que no começo do ano iniciou sua carreira de treinador no próprio Galo. E como os baianos tiveram melhor campanha na primeira fase, fariam os jogos dois e três em casa. Mas o que se viu no primeiro foi larga vantagem do Galo. Com dois de Guilherme e um de Belletti, o Atlético-MG fez 3 x 0 já no primeiro tempo. No jogo dois, no Barradão, o Vitória devolveu a derrota. Cláudio marcou 1 x 0 para os baianos aos 27 do segundo. Dois minutos depois, Guilherme, sempre ele, empatou. Com esse resultado, o Atlético poderia perder por até dois gols no último jogo que levaria a vaga. Mas aos 41, Pedro Paulo colocou o Vitória na frente. Para o jogo três, novamente no Barradão, o Galo jogava por vitória ou empate. E o Vitória só avançava com um triunfo. Contudo, novamente, quem brilhou foi o Atlético-MG, que fez 3 x 0, com gols de Guilherme, duas vezes, e Marques. Marques fez aos 11 do primeiro tempo. Guilherme fez 2 x 0 aos 17, também do primeiro tempo, e 3 x 0 aos 43 do segundo tempo.

Marques na semifinal do Brasileiro, contra o Vitória – EUGENIO SAVIO

O Galo estava na final, com muita moral. No primeiro jogo, no Mineirão, com Guilherme brilhando, o Galo fez 3 x 2. O atacante marcou no primeiro lance do jogo e aos 27 do primeiro tempo. Aos 39, Vampeta descontou para o Corinthians. Antes do intervalo, aos 39, Guilherme, de novo, fez 3 x 1. No segundo tempo, Luizão descontou para o Timão. Guilherme foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma única partida final do Campeonato Brasileiro. Alex Mineiro, em 2001, repetiu o feito contra o São Caetano. 

No segundo jogo, derrota por 0 x 2 no Morumbi, com dois de Luizão, obrigou o Galo a vencer o terceiro jogo de qualquer maneira. Como empataram por 0 x 0, novamente no Morumbi, o título ficou em São Paulo.

E porque falar desse Atlético-MG e não o de 2013, que conquistou a América com um grandioso elenco?. Porque o time de 2013 ainda está recente e a equipe de 1999 fez o torcedor mineiro sonhar no fim de uma década em que seu rival vinha ganhando quase tudo.

O Atlético-MG foi campeão mineiro de 1999 – Bruno, Gallo, Galván, Edgar, Ronildo, Cláudio Caçapa, Mancini, Emerson, Juninho e Neguete; Walmir, Curê, Nílson, Robert, Lincoln, Marques, Belletti e Nélio – Arquivo Placar

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