Testemunha confirma que narcotraficantes usaram jogos de Messi para lavar dinheiro
Depoimento aumenta indícios de ligação entre a Fundação Messi e um cartel de drogas mexicano
As suspeitas sobre uma possível relação entre a Fundação Messi, que organiza amistosos de amigos do craque argentino, e um cartel de drogas mexicano, o Los Valencia, aumentaram a partir do depoimento de uma testemunha que colaborou com as investigações da Agência Antidroga dos Estados Unidos (DEA). O conteúdo do depoimento foi revelado pelo jornal espanhol El Mundo nesta quinta-feira, e detalha esquema de lavagem de dinheiro.
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O sistema seguia uma lógica simples: em uma espécie de “conta fantasma”, qualquer um poderia depositar dinheiro, como doação, julgando estar ajudando na causa beneficente do amistoso. Mas a conta tinha montante que superava em muito o que seria possível arrecadar com a venda das entradas dos amistosos. Essa era a forma de um dos cartéis mais tradicionais do México, que já foi responsável por um terço da cocaína que chegava ao território americano, passar suas contas a limpo.
Há algum tempo o DEA investigava a utilização dos jogos comemorativos de Messi, entre 2012 e 2013, como forma de “reunir doações”, lavando o dinheiro destinado aos narcotraficantes do México. Segundo o delator, o cartel Los Valencia garantia a lavagem do dinheiro mediante a compra de entradas fictícias para os jogos, em um esquema conhecido como “fila zero”.
Como recompensa por servir de suporte para o esquema, especula-se que tenha sido depositado 1,7 milhão de dólares (cerca de 5,1 milhões de reais) na conta de Guillermo Marín, representante de Messi na Argentina. A informação foi revelada pelo colombiano Andrés Barco, organizador dos amistosos na América Latina. A troca de favores garantia a manutenção do esquema, e a organização do evento dividia a recompensa com ONGS e Fundações que promoviam o jogo.
Ainda em 2013, tanto o representante de Messi quanto alguns jogadores do Barcelona convidados para os jogos foram chamados pela Justiça espanhola para prestar esclarecimentos sobre a organização dos eventos. Nem o atacante nem os representantes em seu entorno manifestaram-se a respeito das acusações de lavagem de dinheiro. A série de amistosos beneficentes passou por Bogotá e Medellín (na Colômbia), Lima (Peru), Chicago, Los Angeles e Miami (EUA), e Cancún (México), nos últimos dois anos.
(com agência Gazeta Press)