Técnico do Independiente se demite por ameaças da torcida
Técnico teria sofrido extorsão de torcedores organizados do clube
Campeão da Copa Sul-Americana pelo Independiente, o técnico Ariel Holan não permanecerá no cargo em 2018. Ele fez o anúncio por meio de uma extensa carta em que expõe riscos de segurança a si próprio e aos seus familiares.
De acordo com o comunicado, o treinador vinha lidando com ameaças da “barra brava” do clube — como são chamadas as torcidas organizadas na Argentina —, que exigia uma colaboração financeira do técnico. As tentativas de extorsão teriam sido lideradas por Pablo Álvarez, conhecido também como Bebote.
O estopim aconteceu em outubro, quando o carro de Holan foi interceptado por um veículo e uma moto quando ele deixava o centro de treinamento do clube. Pablo Álvarez teria saído do automóvel para ameaçar o técnico. Caso não aceitasse pagar 50 mil dólares, Holan não teria apoio, muito menos paz.
Mesmo conseguindo fazer o Independiente exibir um bom futebol e terminar a temporada com um título continental, o técnico seguiu lidando com ameaças aos seus familiares. Desta maneira, ele optou por anunciar nesta quarta-feira o fim de sua trajetória no clube de Avellaneda.
Maior ídolo da história do Independiente, o ex-jogador Ricardo Bochini afirmou nesta quarta-feira que a saída do técnico será uma baixa importante para o clube. “Não sei quem pode continuar com o tipo de trabalho e com o futebol proposto por Holan. Não vi em muitos lugares o que ele fez aqui.”
Confira o trecho do comunicado divulgado por Ariel Holan:
Paralelamente, indesejáveis situações extra-desportivas aconteceram. Todas elas se tornaram públicas e estão sob processo penal. Pela primeira vez na minha vida, a integridade física da minha família, de alguns dos meus colaboradores e a minha própria estiveram em risco. Uma situação que não estou disposto a tolerar ou conviver e creio que nenhum trabalhador do futebol deveria aceitar. A essência do esporte é a paixão, com respeito, e não usá-lo como máscara para o crime.