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#TBT: Quando o uruguaio De León foi o jogador mais caro do Brasil

O Flamengo gastou 76 milhões de reais por Gabigol este ano. Em 1985, o uruguaio saiu do Grêmio para o Corinthians pelo equivalente a 10% desse valor

O Flamengo não pensou duas vezes en garantir a contratação definitiva de seu artilheiro na temporada passada. Abriu a carteira e pagou 76 milhões de reais para a Inter de Milão por Gabigol. O valor corresponde à maior compra da história do futebol brasileiro em números absolutos – em valores corrigidos pela inflação seria o quarto na lista atrás de Carlitos Tevez e Edmundo. Há 35 anos, o Corinthians tirava o zagueiro Hugo De León do Grêmio por menos de um décimo disso e registrava a maior negociação até então.

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A capa da edição 765 de PLACAR, do dia 18 de janeiro de 1985, trazia a manchete “o craque mais caro do Brasil” com uma reportagem contando os bastidores do negócio que tirou o ídolo gremista da equipe. O valor, estampado abaixo da chamada, parece absurdo a olho nu: 1 bilhão e 725 milhões de cruzeiros. Uma rápida consulta à calculadora de conversão de valores da Fundação de Economia e Estatística mostra que a quantia se resumiria a “módicos” 6,5 milhões de reais. Ou seja, com o dinheiro empenhado para comprar Gabigol, o Flamengo poderia contratar dez De Leóns e ainda sobraria dinheiro.

Capa da revista Placar, edição 765, de 18 de janeiro de 1985 Arquivo/Placar

O uruguaio então com 26 anos era um jogador com uma história gloriosa no futebol. Era bicampeão da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes com o Nacional, time onde foi formado, e com o Grêmio. Chegava ao Corinthians com um discurso alinhado ao da diretoria, que queria montar um supertime para ganhar o Campeonato Brasileiro inédito – o primeiro título do alvinegro na competição só veio em 1990. “Tenho orgulho de pertencer à seleção do Corinthians”, disse em frase que inicia a matéria de PLACAR.

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Se o comparativo a 6,5 milhões de reais de hoje parecem pouco dinheiro no mundo do futebol, na época era quase impossível que os clubes conseguissem juntar a quantia. O Corinthians tinha boa situação financeira por causa da venda de Sócrates para a Fiorentina, da Itália, meses antes. Mesmo assim, precisou envolver jogadores para chegar ao 1,725 bilhão de cruzeiros. Ainda teve que deixar 15% do passe do zagueiro com o Grêmio graças ao então presidente Waldemar Pires, que disse que o negócio estava fechado antes da hora e dificultou as tratativas. Leia a reportagem completa aqui.

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A seleção do Corinthians com Serginho Chulapa, Dunga, Casagrande, Zenon, Biro-Biro, Wladimir e João Paulo era muito boa no papel, mas, na prática, não deu certo e acabou o ano sem títulos. Para ajudar, De León se sentiu desrespeitado pela diretoria, que não teria cumprido o que tinha prometido quando o contratou, e trocou a equipe pelo rival Santos no final da temporada. Quase 35 anos depois, o Flamengo reforçou a sua seleção já vitoriosa para repetir o sucesso. Se vai conseguir ou não é uma incógnita, mas pelos valores praticados hoje em dia, seria impossível imaginar Gabigol deixando o Flamengo para ir para um rival carioca em caso de fracasso.

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