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Suárez recorda mordidas e suspensão: ‘Me trataram como um delinquente’

Em entrevista exclusiva a PLACAR, astro do Grêmio refletiu sobre erros do passado e confessou ter procurado ajuda psicológica para conter ataques de ira

PORTO ALEGRE – Luis Suárez conta ter vivido uma espécie de calvário pessoal em 24 de junho de 2014, após o apito final na Arena das Dunas, em Natal (RN). Apesar da vitória por 1 a 0 diante da Itália, que classificou o Uruguai às oitavas de final da Copa do Mundo realizada no Brasil, nada repercutiu mais do que a mordida desferida no ombro esquerdo do zagueiro Giorgio Chiellini: “O monstro deve ser banido”, pedia o jornal inglês The Telegraph, e “Animal Suárez”, estampava a capa do tabloide The Sun. O pior momento ainda chegaria dois dias depois, com a confirmação da punição por nove jogos da seleção e o afastamento por quatro meses de qualquer atividade relacionada ao futebol.

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Principal atração da PLACAR de março, já disponível em nossas plataformas digitais em dispositivos iOS e também Android, e a partir desta sexta-feira, 10, nas bancas e casas dos assinantes, Luisito, a nova estrela do Grêmio e do futebol brasileiro, falou sobre como conseguiu se reerguer do episódio polêmico e acabou fortalecido mentalmente. Primeiro, a dor pela punição.

“Me doeu muito [o que aconteceu] na Copa de 2014 porque qualquer pessoa, seja um jogador ou jornalista, pode ser expulso de uma competição, está perfeito. Mas que não poder entrar em um recinto esportivo ou estar com meus companheiros, isso foi o que mais doeu. Me trataram como um delinquente, e isso doeu a mim e minha família”, disse na entrevista.

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“O Uruguai vinha embalado de ganhar de Inglaterra e Itália. E, nesse momento, isso doeu muito no grupo. Depois, perdemos contra a Colômbia [2 a 0 nas oitavas de final]. Isso machuca, excluir um jogador, ter que sair escondido… Quando acertei com o Barcelona, não pude ir ao estádio assinar o contrato. Não é compreensível o que a Fifa fez, por isso minha dor e a minha tristeza”, acrescentou.

Suárez retornou para o Uruguai dois dias depois do episódio. Já suspenso, acompanhou de Montevidéu a eliminação uruguaia e, posteriormente, entendeu que era preciso recorrer a ajuda profissional para entender os motivos dos ataques de ira, recorrendo a uma psicóloga.

“Mas depois, você começa pensar sobre tudo, você é pai, seus filhos estão crescendo. E depois de 2014, penso que qualquer pessoa tem dificuldades de assumir seus erros e reconhecer quando está mal. E nesse momento, para mim, me custava [entender]. Eu dizia : ‘ah, foi sem querer’. E nesse momento, em 2014, já eram tanto, três vezes, e eu disse: ‘Luiz, está mal’. E aí eu comecei um tratamento com uma psicóloga que durou muitos anos e que me ajudou muitíssimo”, contou Suárez, que explicou como foi desafiado a expor sentimentos como nunca fizera antes:

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“Já terminei [o tratamento]. Ela me ensinou que eu guardava todos os meus sentimentos, minhas formas de pensar, meus problemas na minha família, meus problemas no futebol ou [qualquer outro] problema que eu tinha me guardava todo. E, claro, aí expressava em forma de ira. E ela me ensinou que cada situação que aconteça comigo que eu fale para ela, que eu diga a ela. Situação com os meus filhos, que eu fale e diga a ela, com minha mulher… e, claro, aprendi com tudo isso. Ela me ensinou que a minha forma de jogar, de protestar isso nunca vai mudar, mas essas coisas que fizemos me ajudaram a não ter os ataques de ira que aconteceram comigo nesses momentos por ajuda e por reconhecer também quando estou mal”, completou.

Tabárez, o psicólogo em campo

Em campo, foi Maestro Tabárez, treinador da seleção uruguaia, o maior responsável por equilibrá-lo. Não foram poucas as lições. Em uma delas, recorda que Maestro o ameaçou substituir da decisiva partida contra a Argentina, na Copa América de 2011, caso continuasse reclamando com o árbitro paraguaio Carlos Amarilla. O jogo era eliminatório, pelas quartas de final da competição.

As confusões do passado de Suárez
As confusões do passado de Suárez

Tabárez equilibrava em Suárez o peso das cobranças. Aos 22 anos, em 2009, deu a ele a oportunidade de substituir Forlán, suspenso, em uma partida pelas Eliminatórias. Depois do jogo, um tropeço contra o Peru, o Maestro surpreendeu ao dizer que estava decepcionado com o pupilo. Ao perguntar o motivo, o provocou dizendo que já esperava que conseguisse assumir maiores responsabilidades. Meses depois, seria titular na Copa do Mundo da África do Sul.

Em 2014, o caminho era inverso: explicava que os evenuais fracassos do Uruguai não seriam por sua culpa: “Contra a Itália eu pensava que a responsabilidade de o Uruguai ser eliminado era minha, daí vieram os ataques de ira. Aconteceu com o Chiellini, foi um erro meu”, diz.

 

Capa da edição de março da Revista Placar -
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