Simone Biles supera dores de pedra nos rins e conquista título mundial
Em sua primeira competição internacional desde a glória na Rio-2016, ginasta foi campeã com a equipe dos EUA, em Doha, dias após ser hospitalizada
Após dois anos de ausência, o fenômeno da ginástica está de volta. Em sua primeira competição internacional desde os Jogos Olímpicos do Rio-2016, Simone Biles liderou a equipe dos Estados Unidos rumo ao ouro na disputa por equipes, nesta terça-feira, em Doha, no Catar, e conquistou o 11° título mundial de sua carreira. Um fato torna ainda mais impressionante o seu feito após dois anos de ausência: Biles competiu com dores causadas por uma pedra nos rins.
No último fim de semana, Biles foi internada e descobriu o problema. “Tive de ir ao hospital porque estava com muitas dores do meu lado direito. Inicialmente pensamos que podia ser uma apendicite, mas após exames descobrimos uma pedra nos rins”, contou a atleta dona de quatro medalhas olímpicas no Brasil. Como não pôde retirar o cálculo renal a tempo, Biles optou por enfrentar as dores e ainda brincou com a situação ao apelidar a pedra de “Doha Pearl” (a pérola de Doha, em inglês).
Nesta terça, Biles, como de costume, foi o grande destaque do dia, somando as maiores pontuações no solo (14,766), no salto (15,500) e nas barras assimétricas (14,866), modalidade que costuma ser seu calcanhar de Aquiles. O time americano, também formado por Grace McCallum, Morgan Hurd, Riley McCusker e Kara Eaker, somou 171,629 pontos, e terminou à frente de Rússia (162,863) e China (162,396). Estas três equipes garantiram assim a classificação para os Jogos de Tóquio-2020.
O Brasil, que contou com as ginastas Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Rebeca Andrade e Thaís Fidelis, flertou com o pódio durante toda a prova, mas falhas na última rotação, as barras assimétricas, fizeram as brasileiras caírem para o 7° lugar (159,830).
Biles continuará sua exibição em Doha na quinta-feira no concurso geral, em que é a grande favorita ao ouro. Vencendo, se tornará a primeira mulher quatro vezes campeã do mundo no individual na história da ginástica. Ela passou dois anos longe do esporte, por problemas físicos e pessoais, e retornou em agosto para competições nacionais, as quais venceu com tranquilidade.