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Sem acordo com Globo, Bragantino planeja transmissões em canal da Red Bull

De volta à elite do Brasileirão e repaginado por parceria com empresa austríaca, clube do interior paulista apoia “MP do Flamengo”

A Medida Provisória 984/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e batizada informalmente nos corredores de Brasília como “MP do Flamengo” devido à participação direta de dirigentes rubro-negros em sua elaboração, pode beneficiar principalmente o Red Bull Bragantino. Rebatizado após assumir o formato de clube-empresa, o clube de Bragança Paulista (SP) retornou à elite do futebol nacional em 2020 e é o único dos 20 clubes da Série A que não assinou contrato com a Rede Globo para a transmissão do Brasileirão. E, usando como exemplo o que o Flamengo fez, com ótima audiência, no Campeonato Carioca, já estuda realizar suas próprias transmissões.

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“O Bragantino vai montar sua própria estrutura, nas plataformas da Red Bull mundial, e transmitir os jogos no Brasileirão”, revelou Marquinhos Chedid, presidente do clube. “Vamos trabalhar em cima da MP, que nos dá essa permissão. Vamos aguardar ela se transformar em lei e pensar nos passos seguintes.” O canal internacional da marca austríaca de energéticos no YouTube tem hoje 9,4 milhões de inscritos, mais que o dobro da FlaTV.

A MP estabelece que os clubes mandantes detenham 100% dos direitos de transmissão de suas partidas. Antes, a lei previa um acordo entre os dois times para a venda do jogo. Como o Red Bull Bragantino e a Globo não se acertaram para a transmissão do Brasileirão, a emissora perdeu o direito de vetar a transmissão de jogos em casa do clube. “Neste momento, não pensamos em assinar ou não assinar com a Globo. Enquanto a MP estiver valendo, este será nosso caminho”, completa Chedid, que diz que o plano é que as transmissões no canal da Red Bull sejam gratuitas.

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As negociações entre Globo e Red Bull emperraram por alguns fatores. O principal diz respeito aos valores e pay-per-view, cuja divisão de verba é baseada no time de coração dos assinantes. Com poucos torcedores, o clube tende a receber bem menos que os adversários. Outro fator de discordância diz respeito ao nome do clube.

Em 2020, a Red Bull, que assumiu a gestão do clube no ano anterior, alterou seu nome e escudo. O nascimento da nova equipe reacendeu uma velha discussão envolvendo meios de comunicação, especialmente a Rede Globo, que insiste em ignorar o nome patrocinado, como já faz na Fórmula 1, no vôlei e até em relação aos estádios de futebol.

Em entrevista a VEJA concedida no ano passado, o CEO do Red Bull Bragantino, Thiago Scuro, adotou um tom conciliatório e tratou o eventual veto como secundário. “Na minha visão, não atrapalha (ser chamado apenas de Bragantino). Nosso nome será Red Bull Bragantino e esperamos que sejamos tratados assim, mas não vejo isso como algo determinante. Vamos respeitar toda e qualquer regulamentação que for criada. A nossa percepção é que cada vez mais essa discussão tem amadurecido.”

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Especial: Red Bull Bragantino, o clube-empresa que promete fazer barulho em 2020

Para manter seus planos de transmitir os próprios jogos, o Bragantino depende, porém, da aprovação da MP, que é válida por 120 dias antes de ser votada no Congresso. Marquinhos Chedid deixou claro que apoia a medida, mas demonstrou insatisfação com a inclusão de emendas.  “Queremos uma MP pura, é um absurdo ter 91 emendas. Esse assunto deve ser discutido em lei própria.” O clube trabalha em cima da orientação da CBF de iniciar o Brasileirão nos dias 9 ou 16 de agosto.

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