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‘Se apanhou, foi por algum motivo’, diz advogado de vândalo preso no Rio

Escalado para defender torcedor da Força Jovem do Vasco, Eduardo Piragibe usa a lógica das organizadas e tenta justificar a selvageria na Arena Joinville

A prisão dos vândalos que participaram da pancadaria na Arena Joinville deveria servir de exemplo para os envolvidos com as torcidas organizadas no Brasil. Infelizmente, não é o que parece acontecer com uma parte dos torcedores no Rio de Janeiro. Escalado para defender um dos vândalos que estava na torcida do Vasco na partida com o Atlético-PR, no último dia do Campeonato Brasileiro de 2013, o advogado Eduardo Piragibe saiu-se com a seguinte tese, na última quinta-feira: “Se o torcedor (do Atlético-PR) apanhou, foi por algum motivo”.

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Piragibe deu sua declaração – e sua visão sobre o que aconteceu no trágico domingo em que quatro pessoas ficaram feridas – na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), para onde foi levado o torcedor Thyago Almeida Rosa da Silva de Oliveira, preso na manhã de quinta-feira na favela do Jacarezinho. Oliveira foi acusado pela promotoria junto à 1ª Vara Criminal de Joinville pelos crimes de incitação à violência, associação criminosa e dano ao patrimônio público. Ele teve prisão preventiva decretada pela Justiça.

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“A posição dele foi se defender. Não praticou excessos”, disse Piragibe, tentando justificar a atitude de seu cliente, flagrado trocando agressões nas arquibancadas da Arena Joinville. Vinte torcedores foram presos até o momento, dos 28 mandados de prisão expedidos. O advogado disse, no entanto, que não teve acesso aos documentos de acusação e que ainda pretende usar a alegação de “legítima defesa” para tentar a liberdade provisória do cliente.

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Pela lógica do defensor, “só não houve mortes” graças à atuação dos torcedores do Vasco da Gama. “Se parte de integrantes de torcida organizada não tivesse atuado junto à torcida do Atlético-PR, hoje poderiam estar indo a velório de pessoas. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu. Houve excesso, como a questão da barra de ferro. Mas no caso dele (Thyago), não”, afirmou Piragibe.

O advogado diz que Oliveira atuou para se defender e que aplicou apenas um soco no rosto de um rapaz. “A torcida do Atlético Paranaense está sempre indo para frente (nas imagens), tentando a invasão. Não houve a segurança, que era responsabilidade do Atlético-PR. A pessoa que teve de cuidar da própria segurança é responsabilizada por isso. Os verdadeiros culpados devem estar nesta hora assistindo à televisão”, declarou ainda o advogado.

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Para evitar alegações de que uma torcida organizada foi mais punida do que outra, os delegados envolvidos na operação evitaram discriminar quais detidos pertenciam a cada agremiação. E também ressaltaram que a alegação de legítima defesa não servirá para atenuar o caso de quem aparece cometendo excessos. “Se a conduta não era necessária para se defender, o acusado responderá pelo crime que praticou. Dependendo do excesso, os torcedores podem até ser enquadrados em tentativa de homicídio”, disse o delegado Alexandre Braga, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que coordenou as prisões na capital fluminense.

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