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Romildo Bolzan: ‘Teremos dificuldade para honrar os compromissos’

Em entrevista a PLACAR, presidente do Grêmio diz que paralisação por coronavírus fará clubes brasileiros recorrerem a empréstimos

O Campeonato Gaúcho parou por pelo menos 15 dias. A Libertadores só deve voltar na primeira semana de maio. O cenário de incertezas por causa da pandemia do coronavírus deixou muitos clubes sem nenhuma previsão de receitas para as próximas semanas. Em entrevista a PLACAR, o presidente do Grêmio Romildo Bolzan Junior afirmou que o clube não terá recursos para manter os pagamentos em dia se as partidas continuarem suspensas.

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“Mesmo estruturado, com um orçamento adequado para a temporada, o Grêmio dificilmente conseguirá honrar seus compromissos em dia”, advertiu Bolzan em entrevista realizada nesta terça 17. “Não creio que só nós teremos essa dificuldade. Todos os clubes vão passar por isso, porque as receitas são previsíveis e certas, mas não virão sem a realização dos jogos”, explicou.

Segundo o mandatário gremista, a queda de receitas é expressiva e os clubes, até mesmo os que estão em boa situação financeira, passarão por enormes dificuldades. A solução a curto prazo é recorrer aos bancos para não atrasar o pagamento dos funcionários. “Quem não tiver crédito para sobreviver, não sei como vai fazer. Todos os clubes vão ter que recorrer aos bancos. Estou sendo muito franco e não estou falando nenhum absurdo. É o que vai acontecer”, antecipou.

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Bolzan contou que o gasto mensal do clube está entre 20 e 22 milhões de reais, considerando todas as áreas, incluindo o pagamento dos atletas do time profissional. O adiamento das partidas fez com que o clube parasse muitas atividades. A situação do elenco profissional está sendo monitorada e os jogadores foram liberados para voltar para suas casas até a próxima terça-feira, 24.

A falta de jogos impede que o clube tenha receitas relacionadas a isso, como a premiação de 1 milhão de dólares por jogo em casa realizado pela Libertadores – o Grêmio não recebe receitas de bilheteria das partidas pelo acordo feito para a construção da Arena –, e as receitas com o tour do estádio e a loja oficial. “Só com a loja da Arena, que agora está fechada, nós vamos deixar de receber 1,2 milhão de reais por mês. Já é uma quantia que paga alguma coisa”, lamenta.

A situação inédita também é a mais complicada pela qual o presidente já passou desde que assumiu o Grêmio em 2015. “Estou entrando no sexto ano de mandato e esse é o momento mais difícil do ponto de vista de projeção. Mesmo em 2015, quando entramos e tivemos que fazer todo um replanejamento do clube, não foi tão complicado”.

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