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Rogério Caboclo é afastado por 30 dias da presidência da CBF

Decisão aconteceu após o dirigente ter sido acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade; o vice Antônio Carlos Nunes assume o cargo

Rogério Caboclo foi afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por 30 dias por uma decisão do Conselho de Ética, neste domingo, 6 confirmaram dirigentes da entidade a PLACAR. A punição foi anunciada dois dias depois de Caboclo ser formalmente acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade, segundo informações do site Ge.com.

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De acordo com o que prevê o estatuto da CBF, o vice mais velho, Antônio Carlos Nunes, reassumirá o cargo durante o período de afastamento. Procurado por PLACAR, Coronel Nunes, como é conhecido, disse não saber do ocorrido. “Nada chegou para mim sobre esse afastamento.” Uma reunião entre os diretores e vice-presidentes deve acontecer na manhã desta segunda-feira, 7, no Rio de Janeiro.

Presidente da CBF durante 2017 e 2019, após o afastamento de Marco Polo Del Nero, acusado de corrupção, Nunes protagonizou uma série de gafes durante sua gestão, como quando errou o voto para sede da Copa de 2026, gesto visto na época como uma traição pela Conmebol.

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Já no fim da tarde, a entidase se posicionou oficialmente. “A CBF informa que recebeu na tarde deste domingo, 6, decisão da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro suspendendo temporariamente (pelo prazo inicial de 30 dias) o Presidente Rogério Caboclo do exercício de suas funções. Seguindo o Estatuto da entidade, toma posse interinamente, por critério de idade, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima. A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada.”

A denúncia de assédio moral e sexual contra Caboclo foi protocolado na Comissão de Ética da CBF e na Diretoria de Governança e Conformidade pela funcionária, que trabalha no setor de cerimonialistas da entidade e teve sua identidade preservada. Na sexta, a CBF se manifestou brevemente sobre o caso: “Nota dos advogados: A defesa de Rogério Caboclo responde que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF.”

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Segundo a reportagem do Ge.com, a mulher em questão alegou sofrer os abusos desde abril do ano passado. No documento, ela afirma ter provas de suas alegações e pede que Caboclo seja investigado, afastado pela entidade e, punido pela Justiça Estadual.

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A funcionária diz ter sofrido constrangimentos em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF. Na denúncia, ela cita episódios em que o dirigente perguntou se ela se “masturbava” e em que tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”. Ainda segundo a denunciante, os comportamentos abusivos eram constantes, sempre com Caboclo aparentando estar alcoolizado.

A confusão de ordem pessoal de Caboclo coincide com um momento de enorme turbulência política e esportiva na CBF. Em acordo costurado com a Conmebol e com o governo Bolsonaro, a entidade trouxe para o Brasil a Copa América, depois que as sedes originais, Colômbia e Argentina, desistiram devido a tensões sociais e aumento dos casos de Covid-19, respectivamente.

A forma como a mudança foi feita, sem consultar os atletas que se viram expostos a um debate essencialmente político e que gerou enorme repercussão nas redes sociais, levou o grupo de jogadores e a comissão técnica e se posicionar contrários à participação na Copa América.

O técnico Tite e o volante Casemiro confirmaram ter tido uma reunião com Caboclo, cujo conteúdo será revelado na terça-feira, 8, após a partida contra o Paraguai nas Eliminatórias. “Todo mundo sabe nosso posicionamento”, desabafou Casemiro, após a vitória sobre o Equador, no Beira-Rio.

 

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