Rio-2016: temor do zika leva Austrália a fechar patrocínio com fabricante de repelente
Laboratório Juno fornecerá 1.000 tubos de gel repelente para os atletas australianos durante a Olimpíada no Brasil.
Um pequeno fabricante de repelente de mosquitos da Austrália se aproveitou do surto de zika vírus no Brasil para fechar contrato de patrocínio com a equipe australiana que disputará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O laboratório Juno, de Melbourne, anunciou que irá fornecer 1.000 tubos de gel repelente para os atletas australianos durante a competição em agosto.
O Comitê Olímpico Australiano (AOC) vinha debatendo um acordo de patrocínio com o laboratório Juno havia vários meses, mas o surto de zika na América do Sul acelerou as negociações. “Eles nos pediram para fornecer o produto, então o Zika vírus apareceu e isso se tornou muito mais propício”, disse o diretor da Juno, Andrew Raper.
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A Austrália planeja enviar 450 competidores e 330 funcionários de apoio para o maior evento esportivo do planeta. “Andamos conversando com os membros de nossa delegação sobre os preparativos de saúde nos últimos dois anos. Embora o zika seja novo, a questão das doenças transmissíveis por mosquitos não é, e estamos preparados para isso”, afirmou o diretor médico da equipe olímpica australiana, David Hughes.
O AOC estava preocupado com outras doenças transmitidas por mosquito no Brasil, como febre amarela, dengue e chikungunya, e também com os efeitos da poluição das águas em velejadores e outros competidores de esportes aquáticos.
A chefe da missão olímpica australiana, Kitty Chiller, que competiu no pentatlo em Sydney-2000, disse que nenhum dos atletas que esperam participar dos Jogos mostrou qualquer preocupação com o zika, mas que “do ponto de vista do zelo pela sua saúde, precisamos que nossos atletas estejam cientes da situação e dos riscos”. Na semana passada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia anunciado uma carta de recomendações às delegações olímpicas.
Emergência – Na segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência sanitária internacional por causa do avanço do zika e sua provável relação com casos de microcefalia. A entidade anunciou a criação de uma unidade global para conter o surto e manifestou seu temor de que a epidemia se estenda pela África e a Ásia.
A América do Sul é até o momento a região com maior número de casos de zika, particularmente o Brasil, com mais de 1,5 milhões de infectados desde abril, e a Colômbia, com 22.000 casos. O vírus foi descoberto em uma floresta de Uganda chamada zika, em 1947 e até agora não existe vacina contra ele. Na maioria dos casos os sintomas são mais leves do que os da dengue, com febre, dores nas articulações e manchas no corpo.
(com agência Reuters)