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Retrospectiva 2023: os melhores e os piores negócios do ano

Enquanto negociações como as de Paulinho e Vegetti se mostraram certeiras, outras como as de Yuri Alberto, Pato e Sampaoli causaram frustração em 2023

(Conteúdo publicado na PLACAR de dezembro, Melhores e Piores de 2023, já disponível nas bancas e em nossa loja no Mercado Livre)

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MELHORES NEGÓCIOS

PAULINHO

O Galo, enfim, achou o parceiro ideal para Hulk

Paulinho, artilheiro do Atlético Mineiro no Brasileirão - Pedro Souza / Atlético
Paulinho, o artilheiro do Brasileirão – Pedro Souza / Atlético

A temporada abaixo da crítica do Atlético- MG em 2022 formou o consenso de que era preciso reforçar o time e encontrar alguém para dividir protagonismo com Hulk. Havia tempo o clube já se atentava para uma oportunidade de mercado em particular: Paulinho, formado pelo Vasco, cujo contrato com o Bayer Leverkusen, da Alemanha, estava perto do fim. Havia forte concorrência, mas a diretoria atleticana conseguiu seduzi-lo e anunciar a contratação de peso – primeiro por empréstimo e depois definitiva, até 2026, do atacante de 22 anos. O investimento alto logo se justificou. O entrosamento com Hulk foi quase imediato e deu frutos especialmente no segundo semestre. Por seu talento e sua personalidade, Paulinho caiu nas graças da massa e tornou-se o rei da Arena MRV, a nova casa do Galo. Terminou na artilharia do Brasileirão com 20 gols e deu um fim de temporada bastante digno ao clube, que chegou até a última rodada sonhando com o título. Como bônus, o atacante campeão olímpico em Tóquio foi lembrado por Fernando Diniz na seleção brasileira principal

LUCAS MOURA
A volta triunfal do ídolo tricolor

Lucas comemora o gol do São Paulo diante do Corinthians - Alexandre Battibugli/PLACAR
Lucas comemora o gol do São Paulo diante do Corinthians – Alexandre Battibugli/PLACAR

Poucas situações podem ser tão emocionantes quanto curtir o retorno de um velho ídolo, seguido de uma conquista inédita. Há 11 anos, Lucas Moura se despediu do São Paulo nos braços do povo, campeão da Sul-Americana, prometendo um dia voltar. Desde então, tanto o clube quanto o atacante de 31 anos colecionaram frustrações. O reencontro não poderia ter sido mais feliz. Sem contrato na Europa, a cria de Cotia aceitou um vínculo de seis meses, com um objetivo claro: conquistar a Copa do Brasil. Como Raí, que chegou em 1998 para decidir um Majestoso na final do Paulistão, Lucas fez o Morumbi pulsar e brilhou como nunca na semifinal contra o mesmo Corinthians. Seu nível
caiu nos jogos seguintes, e talvez Lucas nem siga no São Paulo. Mas o investimento foi pago.

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MARCELO
A glória que faltava para o multicampeão

Marcelo volta para casa após 16 anos de Europa e conquista a Libertadores - PABLO PORCIUNCULA / AFP
Marcelo e a sonhada taça da Libertadores – PABLO PORCIUNCULA / AFP

Quanto custa o sentimento de pertencimento? Repatriar Marcelo, a mais consagrada das crias de Xerém, não foi tarefa simples, mas valeu a pena. Foram 17 anos de saudade. Dono de 25 taças pelo Real Madrid, o lateral-esquerdo vivia momento conturbado depois do fim do ciclo na Espanha e de uma passagem apagada pelo Olympiacos. Convivendo com lesões, poderia ter escolhido um desfecho mais tranquilo. Mas, aos 35 anos, apostou na realização de um sonho. O golaço contra o Flamengo na final do Carioca e a tranquilidade que transmitiu ao Fluminense ao longo de toda a campanha vitoriosa na Libertadores eternizaram sua relação com os tricolores. “Hoje é diferente. Ganhei um título muito importante com meu time de coração”, afirmou, após superar o Boca.

VEGETTI
O veterano argentino que salvou o Vasco da degola

Vasco conta com brilho de Vegetti - Leandro Amorim / Vasco
O Pirata Vegetti foi um “achado” cruz-maltino – Leandro Amorim / Vasco

O Vasco vivia situação dramática, na lanterna do Brasileirão, com um possível quinto rebaixamento batendo à porta, quando anunciou, sem grande pompa, o homem que poderia resolver seus problemas no ataque. A aposta do técnico argentino Ramón Diaz em seu compatriota Pablo Vegetti, de 34 anos, se mostrou absolutamente certeira. Profissionalizado tardiamente aos 23 anos, no modesto Villa San Carlos, de seu país, o “Pirata” rodou por clubes pequenos e começou a se destacar já trintão, por Instituto e Belgrano – neste
último, chegou a ser artilheiro do Campeonato Argentino. O valor de pouco mais de 5 milhões de reais se mostrou uma pechincha pelos 10 gols em 21 jogos que ajudaram o Gigante da Colina a sair do sufoco, num drama que durou até a última rodada.

BELLINGHAM
A camisa do Real Madrid lhe caiu como uma luva

Bellingham em vive excelente fase pelo Real Madrid - Pierre-Philippe Marcou/AFP
Bellingham e sua já icônica comemoração pelo Real Madrid – Pierre-Philippe Marcou/AFP

Ainda que o mercado inflacionado do futebol tenha mudado a percepção de valores, a contratação de Jude Bellingham pelo Real Madrid causou alvoroço. Os mais de 100 milhões de euros pagos para tirar a promessa inglesa do Borussia Dortmund pareciam um exagero, mas rapidamente transformaram-se num dos movimentos mais acertados dos últimos anos. Aos 20 anos, ele recebeu a camisa 5 que já foi de Zinedine Zidane e não sentiu peso algum. Jogando mais adiantado, como uma espécie de meia-atacante, virou titular absoluto e referência técnica dos merengues, com 14 gols nas primeiras 15 partidas. Por sua classe e maturidade, já desponta como forte candidato ao prêmio Bola de Ouro

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PIORES NEGÓCIOS

SAMPAOLI

Entre (muitos) tapas e (poucos) beijos

Sampaoli tem cargo ameaçado após perder decisão - Marcello Zambrana/AFP
Sampaoli foi demitido após perder final da Copa do Brasil – Marcello Zambrana/AFP

Sonho antigo da gestão de Rodolfo Landim no Flamengo, Jorge Sampaoli chegou com a missão clara de fazer o Rubro-Negro voltar a ser o time mais avassalador do futebol brasileiro. Não só passou longe do objetivo como piorou o desempenho do time em campo e, principalmente, o ambiente fora dele. Com a bola rolando, o Fla de Sampaoli jamais teve as qualidades mostradas em outros trabalhos do argentino: em vez de um time ofensivo, ousado e agradável de se ver, era uma equipe sem pegada, sem alma ou identidade.
Nos bastidores, o clima se degradou a tal ponto que descambou até para agressões: o preparador físico Pablo Fernández deu um soco na cara do atacante Pedro, e duas semanas depois foi a vez de Gerson deixar o uruguaio Varela com hematomas. A gota d’água foi a perda do título da Copa do Brasil para o São Paulo. No dia seguinte, Sampaoli foi demitido, terminando de forma melancólica uma passagem de cinco meses pela Gávea.

PEDRO RAÚL
Da decepção no Rio ao exílio no México

Pedro Raul foi comprado do Kashiwa Reysol por R$ 10,5 milhões -
Pedro Raul foi comprado do Kashiwa Reysol por R$ 10,5 milhões, mas decepcionou

Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro do ano passado atuando pelo Goiás, Pedro Raul foi apresentado no Vasco como a principal contratação de um time recém-turbinado pela transformação em SAF e pelo dinheiro da 777 Partners. Mas a passagem do centroavante por São Januário não pode ser descrita por outra palavra senão “fiasco”. O início até foi promissor, com gols no Campeonato Carioca, mas tudo começou a ir por água abaixo quando o camisa 9 perdeu o pênalti que resultou em eliminação precoce contra o ABC, na segunda fase da Copa do Brasil. A partir daí, as atuações foram indo de mal a pior, e os gols, rareando. O jogador chegou até a perder a posição de titular no Vasco, mesmo sem nenhum grande concorrente na posição. No banco e insatisfeito, Pedro Raul foi vendido para o Toluca do México, em julho, sem deixar saudades no Gigante da Colina – que encerrou o ano de forma melancólica.

YURI ALBERTO
Uma operação cara e desastrada

Yuri Alberto acabou com jejum e empatou para o Timão -
Yuri Alberto não conseguiu ser regular ao longo da temporada

O animador fim de 2022 convenceu o Corinthians a fazer uma operação grandiosa e complicada para comprar em definitivo o centroavante de 22 anos, que estava emprestado pelo Zenit. Em troca de 50% de seus direitos, o clube paulista envolveu no negócio quatro jovens promissores, que acabaram indo em definitivo para a Rússia: Robert Renan, Du Queiroz, Pedro e Mantuan. O preço foi alto demais – mas, se Yuri tivesse compensado em campo, a torcida não se importaria. Entre jejuns de gols, atuações tecnicamente ruins e falta de confiança, o camisa 9 passou longe de repetir o bom desempenho do ano passado e chegou até a ir para o banco em alguns jogos. Nunca faltou raça em campo, é verdade, porém, para fazer valer o investimento, o atacante vai precisar reencontrar sua melhor versão.

ALEXANDRE PATO
Juras de amor e nada mais

Pato marcou gol contra o Santos e se vestiu de mascote – Rubens Chiri / São Paulo

A torcida, como sempre, ficou animada quando o São Paulo anunciou o retorno de Alexandre Pato ao Morumbi. Nas outras passagens, o atacante marcou gols e conquistou o carinho das arquibancadas. O agora veterano de 34 anos tinha a esperança de voltar a render em alto nível no Brasil, depois de duas temporadas sem brilho no Orlando City, dos Estados Unidos, mas desta vez as trocas de carinho se limitaram às redes sociais. Sem ritmo após uma cirurgia de joelho, Pato mal foi utilizado pelo técnico Dorival Júnior, não tendo sido sequer relacionado para as finais da Copa do Brasil. Problemas musculares também atrapalharam, e ele marcou apenas dois gols no ano. Muito pouco para convencer o São Paulo a renovar o contrato que se encerra em dezembro.

EDINSON CAVANI
A camisa 10 de Maradona ficou pesada demais

Cavani e Nino em Fluminense x Boca Juniors na final da Libertadores - Alexandre Battibugli/PLACAR
Cavani e Nino em Fluminense x Boca Juniors na final da Libertadores – Alexandre Battibugli/PLACAR

Foi um espanto geral quando o Boca anunciou Edinson Cavani. O uruguaio ganhou a camisa 10 de Maradona, mas, aos 36 anos, mostrou que o auge já ficou para trás. Incapaz de elevar o nível do pobre setor ofensivo xeneize, acabou ofuscado até por jogadores de bem menos cartaz, como o ex-palmeirense Merentiel. Aliás, foi justamente contra o Verdão o seu gol mais importante, na semifinal da Libertadores. Aliás, foi justamente contra o Verdão o seu gol mais importante, na semifinal da Libertadores. Na decisão contra o Flu, perdeu uma chance incrível quando, cara a cara com o goleiro Fábio, optou por tocar a bola para trás e errou o passe. Nem mesmo nos torneios domésticos ele fez a diferença, e o Boca vai ter de se contentar apenas com disputar a Copa Sul-Americana no ano que vem.

Edição de dezembro de PLACAR
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