Publicidade
Publicidade

Retrospectiva 2023: Daniel Alves e outros casos de polícia do ano

Edição impressa da PLACAR de dezembro relembrou os principais casos que envolveram polícia no mundo do futebol

(Conteúdo publicado na PLACAR de dezembro, Melhores e Piores de 2023, já disponível nas bancas e em nossa loja no Mercado Livre)

Publicidade
Daniel Alves
Daniel Alves é acusado de violência sexual
Daniel Alves é acusado de violência sexual

A denúncia chegou à polícia de Barcelona em 1º de janeiro. Dois dias antes, numa boate local, uma jovem de 23 anos afirmou ter sido estuprada pelo lateral Daniel Alves, na época contratado do Pumas, do México. Segundo a acusação, ele a teria levado ao banheiro e a penetrado de maneira violenta, até ejacular. No dia 20 de janeiro a justiça decretou a prisão preventiva de Daniel, sem direito a fiança. Ao longo do ano, alguns detalhes do processo foram divulgados: sêmen do atleta foi encontrado nos testes feitos pela moça e a Promotoria aponta que ele teria sido agressivo com a vítima. Além disso, o Judiciário espanhol negou quatro pedidos de liberdade provisória, sempre com a justificativa de que teme que Daniel aproveite a liberdade momentânea para deixar o país. Sua então esposa pediu o divórcio.

O ex-jogador do São Paulo, do Barcelona e da seleção brasileira sempre negou ter praticado o crime, mas deu quatro versões diferentes (na primeira, nem conhecia a denunciante; na mais recente, admitiu que a penetrou, mas de forma “consensual”). Em novembro, o Ministério Público da Espanha concluiu sua investigação e pediu uma pena mínima de nove anos de reclusão, além de multa de 150 mil euros. O julgamento deve ocorrer em janeiro.

Publicidade
Antony
Antony segue vivendo um calvário na temporada - Peter Powell/AFP
Antony, do Manchester United

Em 5 de junho, a DJ Gabriela Cavallin acusou Antony, do Manchester United, de agredi-la verbal e fisicamente. A denúncia passou a ser investigada por policiais do Brasil e da Inglaterra, uma vez que os dois moraram naquele país durante boa parte de 2022. Assim que o caso se tornou público, no início de setembro, o atacante foi desconvocado da seleção brasileira (havia sido chamado para os confrontos contra Peru e Bolívia, pelas Eliminatórias da Copa de 2026) e afastado dos treinos e jogos dos Red Devils por 20 dias. Desde então, os ex-amantes foram chamados a depor e, claro, também usaram as redes sociais para apresentar suas versões do caso. Outras duas mulheres já haviam acusado Antony de agressão: a estudante de direito Rayssa de Freitas (que mais tarde abriu mão do processo) e a bancária Ingrid Lana. Em novembro, o atacante reatou com a mulher, Rosilenny Xavier, que está grávida da segunda filha do casal.

Máfia de apostas
Bauermann, do Santos, é um dos investigados na Operação Penalidade Máxima
Bauermann, do Santos, é um dos investigados na Operação Penalidade Máxima

Investigação do Ministério Público de Goiás revelou, em maio, um gigantesco esquema envolvendo apostadores e jogadores para cometer fraudes e, claro, ganhar dinheiro manipulando partidas. No passado, esquemas semelhantes envolviam controlar o resultado final do jogo. Agora os boleiros eram aliciados com eventos muito específicos, como a quantidade de faltas cometidas durante a partida, o momento certo de levar um cartão amarelo, o total de escanteios para um determinado time ou a marcação de um pênalti, entre outros “combinados”. Em junho, o STJD baniu os ex-jogadores Gabriel Tota e Matheus Gomes e, ao longo do ano, vários atletas, como Eduardo Bauermann, ex-Santos, receberam punições e multas variadas. Segundo a investigação, foram identificadas fraudes nas Séries A e B do Brasileirão de 2022 e em vários Estaduais de 2023.

Kleiton Lima
Kleiton Lima foi desligado do Santos - Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos
Kleiton Lima foi desligado do Santos – Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos

No início de setembro, o Santos anunciou a demissão do técnico de seu time feminino, após diversas denúncias de assédio moral e sexual feitas pelas jogadoras. Kleiton Lima, segundo cartas entregues pelas atletas à diretoria, fazia cobranças excessivas e ameaças, além de constantemente provocar constrangimentos no grupo e abordá-las com “toques indevidos”. Nos depoimentos, elas se queixavam de que o treinador se vestia “deixando transparecer o órgão genital” e não usava roupas íntimas. Em nota, o Peixe afirmou que estava “apurando o caso, conversou com o profissional, que negou todos os fatos, mas colocou o cargo à disposição”.

Publicidade
Marcos Braz
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo - Marcelo Cortes/Flamengo
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo – Marcelo Cortes/Flamengo

O clima no Flamengo ficou quente ao longo do ano. Em julho, o preparador físico Pablo Fernández agrediu o atacante Pedro após um jogo em Belo Horizonte. Em agosto, Gerson e Varela trocaram socos durante um treino (e o uruguaio terminou com o nariz quebrado). Mas o episódio mais estranho ocorreu em setembro. O vice-presidente de futebol, Marcos Braz, estava com sua filha de 15 anos em um shopping no Rio de Janeiro quando foi abordado por três torcedores, que se identificaram como integrantes de uma organizada. Além de criticar a direção do clube, pediam a saída do técnico Jorge Sampaoli e do atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol. A confusão logo ganhou as redes sociais. Uma pessoa que estava no local postou um vídeo de Braz e um amigo agredindo um torcedor no corredor do shopping. Em outro vídeo, o jovem mostra que teria sido mordido na virilha pelo cartola rubro-negro, que se refugiou por mais de uma hora em uma loja, a portas fechadas. Ao sair, para prestar depoimento na delegacia, voltou a ser xingado pelos presentes. Braz também é vereador no Rio e vem sendo criticado por sua pouca dedicação ao cargo para o qual foi eleito.

Caso Cuca
Isabela Azine/AGIF
Cuca trabalhou no Corinthians em 2023

Foi uma rápida sucessão de eventos. Em 20 de abril, uma quinta-feira, o Corinthians anunciou a demissão do então treinador Fernando Lázaro, um dia após a derrota por 1 a 0 para o Argentinos Juniors pela fase de grupos da Libertadores. Horas mais tarde
a diretoria confirmou a chegada de Cuca, que estava sem trabalhar desde o fim de 2022, quando se desligou do Atlético-MG. Imediatamente começaram as reações nas redes sociais. O Movimento Toda Poderosa Corinthiana publicou nota repudiando
“a contratação de um técnico com histórico de estupro”. A Camisa 12 expressou “total repulsa a uma das maiores vergonhas que o Corinthians acaba de nos impor”.

E a influente torcida organizada Pavilhão Nove afirmou que aceitar o profissional seria “rasgar toda a nossa luta”. Cuca, vale lembrar, foi condenado, junto de outros dois ex-jogadores do Grêmio, por consumação de ato sexual e coação de uma menina de 13 anos durante uma passagem do Tricolor pela cidade suíça de Berna, em 1987 (como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena). De volta a 2023, a pressão foi tão grande que, apenas seis dias depois, na quarta-feira (26), o treinador deixou o Timão – e seguiu sem trabalhar até o fim do ano.

Para fazer parte da nossa comunidade, acompanhe a Placar nas mídias sociais.

Publicidade