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Quem foi Vasconcelos, ex-jogador do Santos?

“O Neymar é bom jogador, mas quantos gols de cabeça fez na vida? O Vasconcelos era 10 vezes melhor que ele” – O rei falou muitas coisas, mas essa sentença dita do alto de sua majestade no território que melhor conhece – o futebol – , especialidade que mais domina – a arte de transformar uma bola num “oooohhh” -, gerou surpresa e uma pergunta com poucas respostas

Na edição do dia 5 de fevereiro de 1971, PLACAR publicou um perfil cujo título define o craque esquecido e, de repente, agora, midiaticamente ressuscitado por Pelé: “Ele era um ‘rei’ em Santos. Em campo era uma fera; fora, Vasconcelos era um boêmio”. E o texto da matéria começa assim: “Em 1956 a camisa 10 do Santos pertencia a Vasconcelos, ídolo da torcida. Até quebrar a perna em uma disputa de bola. Aí foi substituído por um crioulinho de 16 anos, calado e de pernas nas, chamado Gasolina. Hoje conhecido por Pelé.”

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A leitura desse parágrafo seria suficiente para aceitar a sentença de Pelé que percorreu sites e jornais estes dias. Sentença que poucos entenderam por desconhecer o que PLACAR refrescava mais de 40 anos atrás, quando Vasconcelos ainda estava entre nós, uma década após pendurar as chuteiras. Válter Vasconcelos Fernandes,como Pelé, também era mineiro: nasceu em Belo Horizonte em 25 de maio de 1930. Morreu jovem, aos 52 anos, no dia 22 de janeiro de 1983, no bairro Dom Joaquim, em Brusque (SC), onde então morava, no encantador Vale do Itajaí, na relaxante Santa Catarina. Lá está sepultado. Como um anônimo.

Eu não vi jogar esse envolvente meia-esquerda do Santos dos anos 1950; aliás, quando se escutou o ruído seco daquela fratura eu tinha só 6 anos. Você seguramente também não o viu jogar e a televisão mal nos ajuda, hoje, porque ainda não havia se instalado nos gramados para nos trazer sua magia até nossos dias. Nem o Canal 100. O próprio Santos, se bem já crescido, não era tão grande assim; não tinha sido campeão da América – a Copa Libertadores não existia então –, e também não era o Santos dos milagres, o campeão do mundo que derrotara os italianos do Milan e os portugueses de Eusébio; claro, ainda não era o Santos de Pelé… Talvez nunca tivesse existido esse Santos se Vasconcelos não houvesse sofrido a quase fatal fratura. O “Gasolina” seria emprestado a um clube paulista? Não haveria tal debute aos 16? Teria atuado na Suécia? Mas a fratura existiu…

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Vasconcelos tinha o apelido de ‘Bagaço’, pelo hábito de chupar laranja antes dos treinos. Sua posição, adiantado pela esquerda, chegando ao gol. Hábil, muito hábil. As categorias amadoras do Vasco foram sua primeira vitrine, em meados de 1948, com apenas 18 anos, tempos gloriosos do clube que hoje é mais representado por um presidente do que por qualquer craque – Eurico Miranda; nesses anos dourados do Vasco, sim, era o “time mais badalado” da então capital do Brasil, campeão carioca em 1947, 1949, 1950 e campeão do Sul-Americano em 1948, se jogava futebol como se deve jogar. Por isso Vasconcelos foi ao Vasco, porque era o famoso Expresso da Vitória, de bola bem tratada, que por essas coisas da vida nunca chegou a ser o Vasco de Vasconcelos.

O jovem mineiro se firmou na equipe de aspirantes somente em 1949, como meia-direita, já que Jansen, convocado para o selecionado olímpico, atuava pela meia-esquerda naquela formação do clube cruzmaltino, como leio no sítio ‘Tardes de Pacaembu’. Sobravam craques. Especialmente nesse Vasco. De 1945 a 1952, não em vão foi apelidado de Esquadrão Imortal. Ser titular de primeira não era para qualquer um. Alfredo, Ipojucan, Ademir, Maneca e Djair eram intocáveis no clube da faixa preta cruzada no peito. Era tempo também do tal de Heleno. De Friaça, Tesourinha… Alguém disse que Vasconcelos não era menos que nenhum deles, mas que já bebia, por causa de um amor abandonado em BH, e por isso não aproveitou as poucas chances que teve na equipe principal.

No início dos anos 1950, a Portuguesa Santista se interessa por ele e Vasconcelos aceita sua transferência para jogar no Estádio Ulrico Mursa em 1951. Na Lusinha esteve até o final da temporada de 1952 – foi artilheiro do Rio-SP com oito gols –, quando passa ao Santos, onde estreia na temporada de 1953. “Mesmo com suspeitas de que o afetava uma moléstia cardíaca”, segundo um recorte sem procedência, que omite que sua estreia foi contra a própria Portuguesa Santista, tarde na qual anotou três gols e ganhou a torcida do Peixe. Torcida que o amou mais ainda quando foi artilheiro do Torneio Rio-São Paulo de 1953 com 11 gols, como lembra o sítio do clube, que remarca que “o feito rendeu a Vasconcelos a convocação para o selecionado brasileiro. No escrete canarinho, atuou em duas partidas no ano de 1955”.

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1955 é o ano em que, no Campeonato Paulista, o Santos encerra o jejum de 20 anos sem o título estadual. Vasconcelos participa de 24 jogos dos 26 disputados, sendo o vice-artilheiro da conquista com 13 gols. Emmanuele Del Vecchio, com 23 tentos, é o goleador e logo, por ser filho de italianos, é transferido ao calcio (Verona, Napoli, Padova e Milan), aonde talvez tivesse ido Vasconcelos se não se houvesse fraturado sua perna mais hábil. Vasconcelos, parece, era o melhor “assistidor” daqueles tempos, especialmente de Del Vecchio… Pena que a imprensa não contabilizava os “passes de gol” como hoje conta com precisão de perito mercantil.

Nesse ido 1955 o “dez vezes Neymar” joga, no time titular, ao lado de Manga; Hélvio e Ivã; Ramiro, Formiga e Zito; Alfredinho, Álvaro, Del Vecchio, ele (Vasconcelos) e Tite. Também atuaram Barbosinha no gol; Wilson e Feijó na zaga; Sarno e Urubatão no meio; e Carlinhos, Negri, Pagão e Pepe no ataque. Só Ramiro, na lateral direita, teve mais presenças do que ele, 25, uma a mais apenas. Ou seja, a bebida não parecia afetar a titularidade do ídolo que agora Pelé reconhece publicamente. O Santos é campeão com 40 pontos, perseguido pelo Corinthians com 39 e com dois pontos a mais que o São Paulo, que teve melhores resultados, nos chamados critérios técnicos, que o time que o Rei imortalizaria. Mas, individualmente, ninguém jogou tanta bola quanto Vasconcelos.

As crônicas resgatam palavras de cronistas que o viram e aplaudiram e de seus ex-companheiros. Veja o que eu leio em ‘Que fim levou?’, seção do site Terceiro Tempo: “Foi um dos principais jogadores do Peixe de todos os tempos”, se recorda o jornalista Paulo Roberto Martins. “Um dos ídolos da torcida do Santos”, relembra Pepe. O descaso do infortúnio de Mauro Ramos de Oliveira. O precursor, ao acaso, da Era Pelé no Santos. “Num dia de jogo na Vila Belmiro pelo Paulista de 1956, Waldemar de Brito e Dondinho chegaram com Pelé, que aos 15 anos vestia calças compridas pela primeira vez e nunca tinha visto uma cidade e um estádio tão grandes. O garoto, que estava ansioso para conhecer Zito, foi ao vestiário ao fim do jogo e conheceu todos os cobras do Santos. O técnico Lula, que havia sido alertado por Waldemar para as habilidades do garoto, perguntou, sorridente: ‘Então você é o tal Pelé, hein?! Já estávamos esperando por você. Fique à vontade!’. Dondinho– pai de Pelé – pediu para os jogadores tomarem conta do filho, e Vasconcelos, titular da camisa 10 que um dia seria consagrado pelo garoto pequeno e tímido que chegava, agarrou Pelé pelo pescoço e respondeu: Pode deixar!’; descreve Odir Cunha, o ‘ombudsman’ do Santos.”

Se a histórica é verídica, e deve sê-lo porque é relato de Odir, a frase de Pelé a PLACAR, veiculada na última edição, paga pouco a conta do olvido e começa a ressarcir algumas das dívidas que o presente tem com quem foi “Rei antes do Rei”. Também debita um pouco do ingrato esquecimento de parte da imprensa, empurrada pelo vertiginoso tempo tecnológico, que leva um imortal a tamanho e injustificado ostracismo. Diz a mesma lenda que Vasconcelos e Pelé se tornaram meio amigos além de companheiros de time. Um em viagem de ida e o outro começando o inesperado regresso. Regresso que só a fatalidade acelerou na subida de Pelé e na descida de Vasconcelos.

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Volto a traduzir o passado para o presente: “Foi em um desses dias, uma tarde de domingo, 9 de dezembro de1956, que Pelé viu o amigo e protetor Vasconcelos quebrar a perna em uma jogada com o zagueiro Mauro Ramos de Oliveira, do São Paulo, justo com quem era chamado o ‘Cavalheiro’. Na mesmíssima Vila Belmiro. Era jogo de reta final de torneio paulista que eles dois, Santos e São Paulo, disputavam palmo a palmo. Jogo que o Santos perdeu, 3 a 1, pelo segundo turno do Campeonato Paulista daquele ano. Vasconcelos tinha tocado para Pepe e recebido na frente. No momento do chute foi calçado por Mauro, que, depois, casualmente, caiu sobre a sua perna.” Vasconcelos foi retirado de campo e o Santos também não foi bi.

Sim, em poucos dias, aquela infeliz tarde completará seu aniversário número 60… Foi seis décadas atrás que começou a contagem do injusto cronômetro do tempo real; há 60 anos que uma a uma foram se apagando as luzes de Vasconcelos enquanto holofotes maiores iluminavam outra estrada, a que quase com luxúria esportiva Pelé iria construir para admiração do planeta Terra. Dois craques, uma mesma camisa, um mesmo clube e dois destinos. Histórias que só o futebol amassa. Naquele lance terminou um capítulo e se abriu outro. Pepe não só estava lá, ele fez aquela tabelinha, pois, se ele houvesse sido fominha… “Eu me lembro, foi uma jogada absolutamente normal, corriqueira, que a gente fazia muito, aqui, no Santos. A gente trocava muito de posição. Então, eu desci pela meia esquerda e o Vasconcelos, imediatamente, abriu para a ponta. Então eu fiz o passe para o Vasconcelos assim próximo da linha lateral, no gol de fundo da Vila Belmiro. O campo estava molhado e o Mauro procurou se antecipar. A gente pensava que era uma lesão normal sem essa gravidade que teve. Foi realmente muito triste.”

O craque das pernas finas e valentes, segundo descreveram repórteres da época, bem mais criativos que os cronistas atuais, voltou ao time, voltou a jogar, mas… sem deslumbrar. Perdeu, primeiro, na comparação com ele mesmo. E depois, com quem o tinha substituído. Pelé. Seu corpo arqueado que tão bem tinha driblado as defesas do chamado “trio de ferro” paulistano antes da fratura, por exemplo, quando o Santos alçou o caneco paulista de 1955, já não encontrava os espaços de outrora. Seus enganos não tinham a destreza de antes. Seu domínio não mais era tão admirável. Essa história já a ouvimos muitas vezes, parece ser, inclusive e por comparação atual, a de Falcão García, o artilheiro colombiano que não faz os gols que fazia antes de sua grave lesão. Não é desse último Vasconcelos, articulador de cem avanços em 90 minutos, que fala Pelé. Ele fala daquele outro, o anterior à fratura. Também há quem diga que nesses meses sem jogar foi quando realmente o amarrou o vicio da bebida. Saía todas as noites…

Todos concordam que Vasconcelos nunca mais foi Vasconcelos e, para sua desgraça pessoal, Gasolina se transformou em Pelé. Hoje não seria problema, pois Pelé não duraria no Santos nem sequer um Campeonato Paulista, já estaria na Europa, e o fisco brasileiro, suíço ou americano investigaria as contas do Barcelona, Manchester, Milan ou Real Madrid, quem quer que houvesse depositado os 500 milhões de dólares que custaria seu passe. Ou a multa. E Vasconcelos estaria no Santos. Mas era 1956, não existiam os relógios digitais, nem a TV 3D ou sequer em cores, os raios laser, os microprocessadores, a ressonância magnética que ajudaria no diagnóstico, nem existiam os já desaparecidos walkmen e videocassetes… Aliás, se eles desapareceram tãocedo, por que não iria desaparecer Vasconcelos? Pergunta errada, porque outras tecnologias superaram o walkman e o videocassete, mas só Pelé superou Vasconcelos, o craque dez vezes melhor que Neymar, segundo Pelé, e que nunca esteve num álbum de figurinhas da Panini…

Os recortes, os sites, os arquivos, continuam contando o que Pepe, o ponta-esquerda do remate indefensável, contou a eles: “Vasconcelos ficou muito tempo parado e quando voltou, vários meses depois, não era mais o mesmo jogador. Não existiam os recursos que existem hoje. Ficou pouco tempo no Santos e se transferiu para o Jabaquara”. Como não existiam as redes sociais e o correio não era eficiente como hoje nem o telefone fixo barato como é neste século XXI, Vasconcelos se foi do Santos e levou com ele um livreto de endereços que jamais usou. Assim era então. Os craques deixavam de se ver, se perdiam os laços afetivos. Os clubes, as distâncias, as rivalidades e a infraestrutura pior que a atual os separavam para sempre. Mais ainda nesse Santos que não parava em casa. Jogava quase todo santo dia em algum lugar do mundo, até naqueles em que havia guerra… Mais ainda nesse Santos onde, coisas do destino, agora atuava Mauro, sim, Mauro Ramos de Oliveira, que o fraturou, apelidado ‘Martha Rocha’ pelo estilo polido, técnico, elegante no jargão das arquibancadas, que tirava a bola dos rivais sem cometer faltas. Martha Rocha, para quem não sabe, foi Miss Brasil em meados da década de 1950…

Do Santos ao Jabaquara. Vasconcelos passou de ser ídolo em um clube já relativamente importante a ser mais um em uma entidade menos prestigiosa. Isso, que afeta qualquer craque, afetou Vasconcelos. O mineiro que já tinha experimentado a seleção nacional sentiu a mudança. Não que começasse a beber então, mas começou a beber mais e não deixou de beber jamais… Quem dá fé disso é o jornalista Paulo Roberto Martins, cujo relato também foi recolhido em ‘Que Fim Levou?: “Já no Santos ele vivia bêbado. Em muitas ocasiões os jogadores do Santos foram buscá-lo em uma boate ou deitado em um banco de praça para ir jogar. Nem todos os seus companheiros o entendiam. Muitos o criticavam. Sim, Vasconcelos era uma figura discutida em Santos pelo fato de ser alcoólatra e aqueles jogadores mais sérios acabaram se afastando”. Para as farras, que começavam quando Vasconcelos pulava das janelas da concentração, se acaso existia, ele nunca convidou ninguém do time. Relatos de torcedores indicavam em qual praça tinha terminado aquela noite de mulheres, álcool e baile. Dizem que dançava como jogava, como poucos, e que isso também impactava a elas, que o esperavam todo sábado à noite.

Não falta quem a firme que mais de uma vez entrou em campo ainda com bafo de álcool, mas com um gol ou duas assistências e outra vitória santista calava a boca de qualquer um. O certo é que o camisa 10 terminou a vida como mendigo. A bebida era, na época, o que as drogas são hoje. Mas vício era ruim então como é ruim hoje. Essa é uma grande diferença entre Vasconcelos e Neymar. Aí Neymar é dez vezes melhor do que Vasconcelos. Por isso Neymar será mais lembrado que Vasconcelos, ainda consentindo que jogue menos bola da que jogava o antecessor de Pelé. Que curiosamente cuidou de Pelé mais fora do campo que dentro dele. Uma anedota deixa isso claro. “Na casa do goleiro Manga, quando da comemoração de seu aniversário, Pelé, menino ainda, se fez servir um copo de vinho que nunca chegou a beber. Vasconcelos, informado que seu pupilo queria se transformar em homem aquela noite, deixou sua própria bebida numa mesa e correu até Pelé para tirar o copo de sua mão e dar um tapa, proibindo que voltasse a tentar ‘ser como ele’…” Pode ser; tudo pode ser. 

Vasconcelos, o canhoto que hoje Pelé volta a pôr entre os titulares, quando recuperado – ainda que nunca bem recuperado –, sai do Jabaquara e não vai para o Vasco da Gama, do Rio, onde começou. Segue para Pernambuco. Sim, passou pelo Náutico e encerra sua bamboleante carreira no Sul, no Apucarana do Paraná, no início dos anos 1960. Se ele foi dez vezes melhor que Neymar, coisa que seguramente não foi, ainda quando pode ter sido  superior, hoje teriam cuidado de sua recuperação como se cuida de tanto perna de pau a quem pagam os milhões que Vasconcelos merecia, não viu nem saberia contar. Vasconcelos é um dos tantos craques que nasceram numa época errada se a vara que mede é a econômica. Graças a Deus não é a única vara para medir a alegria das pessoas, por exemplo, dos torcedores santistas que desfrutaram de suas maravilhas e só o esqueceram porque quem ocupou seu lugar foi, nem mais nem menos, Pelé. Estão perdoados.

Claro que o Rio de Janeiro não seria o melhor reinício de carreira para esse homem que mais do que o Vasco precisava ir a uma clinica dessas que existem hoje onde se recuperam outros afetados pelo vício, como Casagrande; nem, depois, o Náutico de Recife foi solução naquele calor que mais convidava a beber que a correr em campo. O Apucarana foi um último favor. Assim e tudo, as estatísticas indicam que Vasconcelos, em campo, como titulou aquela matéria de PLACAR em 1971, era fera mesmo e quase derrota sua boemia, para ser elegante e não dizer seu alcoolismo: apesar das mil garrafas que danaram seu fígado e atormentaram seu cérebro, ele é o 15º maior artilheiro da história do Santos com 111 gols em 181 jogos entre 1953 e 1959. Ele era o Santos; assim o define Pepe, que fez com ele a tabelinha que marcou a fogo o princípio do fim: “Ele era um dos poucos jogadores que moravam na Vila Belmiro naquela época. Ficava ali próximo ao portão de entrada onde tinha uma pedra muito grande; cava sentado ali antes e depois dos treinos com um chapéu de palha na cabeça e uma camisa de  anela batendo papo com os torcedores. Vasconcelos era muito querido. Se não tivesse quebrado a perna, talvez Pelé demorasse um pouco mais para ser revelado no Santos”.

“Se não… Se não.” Quantas vezes esse “se não” mudou a história, esta e muitas mais que poderiam se escrever com outras tintas. Seria que Vasconcelos iria ao Cosmos convencido por Henry Kissinger? Nunca se sabe. E Pelé onde teria atuado, com qual jaqueta, como se dizia então? O Boca Juniors o pretendia; dificilmente iria para o Real Madrid, que na época não queria negros, motivo pelo qual, se comenta, fracassou Didi, fora o boicote pessoal de Alfredo Di Stéfano… Mas são meras suposições, nada se sabe daquilo que não aconteceu. Como não se sabe se Vasconcelos foi dez vezes melhor do que Neymar… Mas, graças a Pelé, agora sabemos mais de Vasconcelos.

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