Publicidade
Publicidade

Quem é Nasser Al-Khelaifi, o magnata que levou Neymar ao PSG

Tenista fracassado e filho de pescadores do Catar, dono do PSG mantém cada vez mais vivo o sonho de tornar o clube francês uma potência mundial

O catariano Nasser Ghanim Al-Khelaifi viveu nesta sexta-feira o dia mais importante de sua carreira como dirigente de futebol. A contratação de Neymar junto ao Barcelona, a transação mais cara de todos os tempos, parecia um sonho impossível até mesmo para o jogador fracassado de tênis e filho de pescadores que se tornou um dos homens mais ricos e poderosos do mundo. O empresário catari de 43 anos é o diretor-presidente do Paris Saint-Germain desde 2011 e parece cada vez mais perto de conseguir tornar o clube francês uma potência mundial.

Publicidade

O clube francês só foi capaz de desembolsar 222 milhões de euros (mais de 815  milhões de reais) para tirar Neymar da Catalunha graças ao apoio do fundo de investimentos Qatar Sports, da qual Al-Khelaifi também é CEO. Quem observa o jovem magnata, com seu sorriso simpático e boa fluência em inglês com a qual rasgou elogios a Neymar nesta sexta, dificilmente imagina a trajetória de Al-Khelaifi até se tornar um famoso cartola.

Filho de pescadores, de família modesta, Al-Khelaifi iniciou sua carreira esportiva como um tenista de resultados medíocres no cenário internacional. Ele representou o Catar em disputas da Copa da Davis e, segundo dados da Federação Internacional de Tênis, ganhou apenas 12 partidas e perdeu 39 em sua carreira profissional, encerrada em 2002. Ele chegou a ser 995º colocado no ranking da ATP.

Publicidade

Nasser Al-Khelaifi, porém, tem uma trajetória de enorme sucesso como homem de negócios no Catar. Próximo do emir do país, Tamim ben Hamad Al Thani, ex-dirigente da Autoridade de Investimento do Catar (o fundo soberano do país), Al-Khelaifi tornou-se político e depois empresário. Foi presidente do grupo de mídia beIN, canal esportivo que arrebatou os direitos de transmissão de grandes campeonatos.

Em 2011, foi nomeado presidente do PSG, logo após a compra do clube pelo fundo catari. A desconfiança em torno de sua gestão foi pouco a pouco diminuindo até quase desaparecer aos olhos dos torcedores mais fanáticos quando o dirigente decidiu reintroduzir as torcidas organizadas, as “ultras”, do Paris Saint-Germain. Banidas das arquibancadas do estádio Parque dos Príncipes por violência e extremismo político, voltaram no ano passado e agradecem o resgate ao empresário.

Continua após a publicidade

Habilidoso na contratação de estrelas como Zlatan Ibrahimovic e Ángel Di María, Nasser Al-Khelaifi foi eleito em 2015 pela rede ESPN a sétima personalidade mais influente do futebol mundial, mas perdeu um pouco de prestígio na sequência. Depois de apostar alto na contratação de Unai Emery como treinador, o Paris Saint-Germain amargou o vexame da eliminação para o Barcelona do Camp Nou em humilhante 6 a 1, revertendo a vitória de 4 a 0 em Paris, com show de…Neymar!

Publicidade

Em junho, após a nomeação de novo diretor esportivo, Antero Henrique, Nasser Al-Khelaifi chegou a insinuar possível demissão do cargo. Mas um mês e meio depois a ambição de tornar o clube campeão da Europa parece ainda estimulá-lo. Depois de contratar mais uma estrela brasileira, o lateral-direito Daniel Alves, para a equipe, Nasser Al-Khelaifi foi além e conseguiu seduzir Neymar a deixar o trio de ataque mais famoso do mundo, o MSN.

Apesar das suspeitas, Al-Khelaifi garante que a contratação de Neymar não feriu as normas de ‘Fair-Play Financeiro’ impostas pela Uefa. A regra visa impedir que os clubes da Europa acumulem dívidas e estabelece que nenhuma equipe poderá gastar 5 milhões de euros a mais do que arrecada durante um período de avaliação de três anos. O valor pode subir para 30 milhões de euros entre 2015 a 2018, caso os donos de determinado clube possuam patrimônio suficiente para garantir o pagamento da dívida (o que é o caso).

Além disso, há outra espécie de “brecha” que pode ter permitido a chegada de Neymar ao clube francês: um aporte financeiro da empresa Qatar Sports Investment (QSI), em forma de “doação” ao clube. Outro caminho especulados seria a renegociação dos contrato do PSG com a companhia aérea Emirates, que rende até 28 milhões de euros (102,2 milhões de reais) por ano, e com a Nike, que paga 23 milhões de euros (83,9 milhões de reais) por ano. Nesta sexta-feira, o dirigente catariano disse estar “com a consciência tranquila” e garantiu que não terá problemas com a Uefa após a contratação.

David Beckham é apresentado no PSG, ao lado do presidente do clube e do brasileiro Leonardo, diretor esportivo da equipe francesa
Nasser Al-Khelaifi, ao lado de David Beckham e do então diretor esportivo Leonardo, em 2013 Thomas Samson/AFP/VEJA

(com Estadão Conteúdo)

Continua após a publicidade

Publicidade