Quem é Luís Castro, nome que descartou o Corinthians pelo ‘novo Botafogo’
Português com passagens por Porto e Shakhtar Donetsk é adepto de jogo com posse de bola e tem volante como peça principal de suas equipes
Defensor sem muito destaque nos anos 1980 e 1990, Luís Castro se firmou no futebol atuando à beira do campo. Responsável por impulsionar as categorias de base do Porto, fez o trabalho mais relevante da carreira no Shakhtar Donetsk. O treinador que rescindiu o contrato com o Al Duhail, do Catar, foi anunciado oficialmente na tarde desta sexta-feira,25, pelo Botafogo. Nome desejado pelo empresário americano John Textor – dono da SAF do clube carioca -, escolheu ir ao Rio de Janeiro enquanto também era procurado pelo Corinthians.
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Adepto fervoroso de um jogo com a posse de bola, Castro se adapta ao elenco em outras questões, como altura da linha de marcação e postura dentro de campo. O treinador português também já admitiu um carinho especial pela posição de volante, disputada atualmente no Botafogo por Fabinho, Barreto e Breno.
Trajetória
Após se aposentar, na temporada 1996/97, Luís Castro assumiu o modesto Recreio Desportivo Águeda, clube que tradicionalmente joga as divisões inferiores do Campeonato Português onde ficou por três anos. Antes de se destacar em mais alto nível, passou pelos pouco expressivos Mealhada, Estarreja, Sanjoanense e Penafiel.
Desse modo, em 2006, foi contratado pelo Porto para coordenar a formação de atletas e ficou no cargo por seis temporadas. Na tradicional equipe do norte de Portugal, trabalhou com grandes revelações dos últimos anos como o atacante André Silva e o volante Rúben Neves, atualmente no Red Bull Leipzig e Wolverhampton, respectivamente.
Durante o projeto grande clube, foi alçado a treinador do “time B” e chegou a comandar o elenco principal por 16 jogos. Após praticamente uma década no Dragão, caçou novos rumos e fez bons trabalhos consecutivos em Rio Ave, Chaves e Vitória de Guimarães, antes de assumir o Shakhtar Donetsk.
Na Ucrânia, chegou a uma semifinal de Liga Europa, venceu o campeonato nacional e conquistou vitória histórica sobre o Real Madrid, no Santiago Bernabéu, durante a Liga dos Campeões 2020/21.
Hoje, treina o Al Duhail, do Catar. Foram apenas 19 jogos pelo clube, com 13 vitórias, três empates e três derrotas. O elenco do time do Oriente Médio conta com o brasileiro naturalizado belga Edmilson Júnior, atacante que nunca atuou no Brasil.
Estilo de jogo
Em seus recentes trabalhos, o técnico português optou por utilizar a formação 4-3-3 e suas variações. Por ser um apreciador do jogo com posse de bola, busca por zagueiros que tenham qualidade de passe e goleiros com habilidade nos pés. A peça principal é o primeiro volante, como admitiu no podcast The Pitch Invaders, do Footure:
“O volante é determinante na equipe. Quando a equipe está perdida ou em apuros tem que procurá-lo. O volante é o jogador que equilibra, quebra marcações e que dá apoio às triangulações. O jogo é uma constante conquista de espaços.”
Consequentemente, jogadores da posição já se desenvolveram nas mãos de Castro como Stephen Eustáquio, canadense que atuou com o treinador no Chaves e hoje defende o Porto. No Shakhtar, as peças utilizadas para a função foram Taras Stepanenko, ucraniano, e Marcos Antônio, brasileiro.
Flexível em aspectos importantes do jogo – como pressão, altura da linha defensiva e organização defensiva – de acordo com o contexto do clube, Castro não negocia a posse de bola e busca chegar ao ataque por meio de passes, independente de quantos forem necessários. Vitor Severino, auxiliar do português, publicou um vídeo em seu Twitter confirmando a tese:
Sometimes you need 1 pass, some others you need 25. If there’s not space, we should create it. All in. Learning is about emotional impact, and also about “having fun”. I love this game. pic.twitter.com/OtTKAkkbWJ
— Vítor Severino 🇵🇹 (@VtorSeverino83) January 8, 2022