Protestos marcam início da eleição da Fifa
Grupo pró-Palestina e ativistas pedindo pelos direitos dos trabalhadores que preparam a Copa no Catar ocuparam trecho da rua que leva ao Congresso da entidade
Em meio ao maior escândalo de corrupção de sua história, a Fifa realiza nesta sexta-feira a eleição que pode dar ao atual presidente Joseph Blatter, no poder desde 1998, mais cinco anos no comando da entidade. Apesar de ter perdido apoios importantes nos últimos dias, como o do presidente da Uefa Michel Platini, o suíço Blatter ainda é o favorito para derrotar seu único adversário no pleito, o príncipe jordaniano Ali bin al Hussein.
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Nas ruas de Zurique, o dia começou com protestos contra a entidade. Cerca de 50 manifestantes tentaram fechar a via principal de acesso ao Hallestadion, onde acontece o Congresso da Fifa. Desde a noite de quinta eles protestavam e pediam liberdade para os palestinos e a expulsão de Israel dos quadros da entidade. Policiais fizeram um cordão humano e, com empurrões e ameaças de jogar gás, impediram o fechamento da via. “Você é a favor do apartheid? Ei, ei, FIFA?”, gritavam os manifestantes usando megafones, bandeiras da Palestina e faixas.
Outro protesto começou pouco depois das 9h, no horário da Suíça, quando 50 pessoas deitaram, cobrindo-se com lençóis e cruzes de madeira, e simularam enterros. O pedido, desta vez, era pelos direitos dos trabalhadores que preparam a Copa do Catar em 2022. Em uma das faixas, os manifestantes davam um “cartão vermelho” para a Fifa.
Assim que Blatter abriu o Congresso, o clima ficou mais tenso: uma manifestante pró-Palestina invadiu a sala e, aos berros, abriu uma bandeira do país. Blatter, então, pediu que seguranças a retirassem do local. Durante o intervalo para uma refeição, chegou ao ouvido dos dirigentes a possibilidade de haver uma bomba instalada na sede da Fifa. A situação, no entanto, foi controlada e o secretário-geral da entidade, Jeróme Valcke, tranquilizou a todos os dirigentes e jornalistas presentes.