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Promessa para 2016, Charles Chibana confirma favoritismo no Pan e leva o ouro

O judoca paulistano venceu a categoria dos meio-leves com três ippons em suas três lutas nos Jogos de Toronto

Aos 25 anos, Charles Chibana, número 9 do ranking mundial, fez sua estreia em Jogos Pan-Americanos com uma medalha de ouro, em Toronto. O brasileiro descendente de japoneses venceu o canadense Antoine Bouchard – décimo-sexto no ranking – na final da categoria meio leve (até 66 quilos) e levou a segunda medalha de ouro do Brasil na competição de judô. Neste sábado, Érika Miranda havia conquistado o título na categoria ligeiro. O bronze dos meio-leves ficou com o argentino Fernando Gonzalez.

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Em seu caminho à final, Chibana superou nas quartas Gustavo Lopez Aguilera, de El Salvador, que nem aparece na lista dos melhores do esporte, com um ippon após 1min11 de luta. Pouco antes, Chibana havia perdido a lente de contato no meio da luta, mas rapidamente se recuperou e finalizou o adversário. Na sequência, despachou o venezuelano também sem ranking Sergio Mattey com dois wazaris seguidos, que geraram o ippon, em menos de 1 minuto de combate.

Na decisão, o trabalho foi dobrado. O brasileiro teve de usar o tempo para garantir a vitória sobre Bouchard. Chibana se manteve firme na base para frear o ímpeto do adversário, bem agressivo. Mais baixo que o judoca dono da casa, Chibana por vezes parecia perder o equilíbrio, e contra-atacava com força descomunal. No fim, conseguiu outro ippon a cerca de um minuto do fim e garantiu o título pan-americano em sua primeira participação nos Jogos.

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O judô brasileiro já havia começado bem neste sábado. Além do ouro de Érika Miranda, Nathália Brígida ficou com o bronze entre as judocas de até 48kg, batendo Diana Cobos, do Equador; e entre os homens, Felipe Kitadai ficou com a prata no peso ligeiro ao cair diante do equatoriano Lenin Preciado na final. Nas outras disputas deste domingo, a carioca Rafaela Silva garantiu o bronze do feminino na categoria leve. A decepção foi Alex Pombo, que não conseguiu medalha no leve masculino.

Em reportagem especial, VEJA apresentou 11 promessas olímpicas, que devem brilhar nos Jogos do Rio de Janeiro, em agosto do ano que vem. Leia o perfil do judoca Charles Chibana abaixo ou clique aqui para ler todos os textos.

O judoca Charles Chibana
O judoca Charles Chibana VEJA

Não podia jogar futebol

Charles Chibana, 25 anos – Judô

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Domingo, 7 de agosto de 2016. Não soa improvável imaginar que a primeira medalha brasileira entre os homens seja do judoca paulistano Charles Chibana. Sexto colocado no ranking mundial da categoria meio-leve, de até 66 quilos, ele é atleta temido e respeitado internacionalmente.

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Charles, descendente de japoneses, foi parar no judô quase por obrigação genética, não por genuína vontade. Começou aos 3 anos a trocar de faixa, mas preferia outro esporte. “Todo sábado tinha campeonato de judô, eu era obrigado a ir e não podia jogar futebol”, lembra. A regra era do avô.

Disciplinado, ele impunha aos netos a concentração e o respeito típicos das lutas orientais. “Meu avô me inspira ainda hoje”, diz Charles. “Ele lutava caratê. Nas minhas competições, esteve sempre presente.” Quando os campeonatos ficaram mais expressivos e as viagens mais frequentes, Charles resolveu abraçar o judô definitivamente. Não parou de crescer, incentivado pelos bons resultados da modalidade (o judô brasileiro tem dezenove medalhas olímpicas, ante dezessete da vela; o atletismo tem catorze e a natação, treze).

Recomenda-se seguir Charles desde o início dos combates, sem piscar os olhos. Ele tem um estilo agressivo e gosta de terminar as lutas o mais rapidamente possível, com ippons espetaculares. “Entro para definir logo, é meu jeito”, diz.

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