Preso em Bangu, CEO da Match pretendia ir à final da Copa
No quarto de Raymond Whelan, foram encontrados ingressos para a partida
Mesmo após ser preso pela primeira vez, o CEO da Match, Raymond Whelan, pretendia assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã. Alto executivo da empresa que negocia as entradas VIP da competição para a Fifa, ele esperava poder acompanhar o jogo entre Alemanha e Argentina em um camarote ou, no mínimo, na arquibancada. Whelan passou quatro dias foragido, não foi visto no Maracanã e se entregou na última segunda-feira, um dia após a final. Ele segue detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro.
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No quarto de Whelan, no Hotel Copacabana Palace, policiais encontraram dois ingressos em seu nome para a final.”Ray Whelan, Fifa” lê-se nas entradas, ambas de categoria 2, cada uma no valor de 1.320,00 reais. No quarto do Copacabana Palace, deixado às pressas com TV e ar-condicionado ligados, além de malas abertas no chão, os policiais da 18ª DP (Praça da Bandeira) encontraram também ingressos em nome da sua esposa, Ivy Byrom, e de seus filhos, Paul e Hellen. Todos, como Raymond Whelan, são funcionários da Match.
Desde o início do escândalo da máfia dos ingressos, Fifa e Match têm insistido em dizer que tratam-se de entidades diferentes. No entanto, executivos da empresa Match fecharam negócios milionários nos últimos anos, no Brasil, apresentando-se como representantes do organismo que controla o futebol mundial.
Explicações – Em nota, a Match explicou que o regulamento da Fifa permite a compra de até dois ingressos para a final, e que “quando o requerente principal não tem certeza de seu convidado, o nome dele é impresso nos bilhetes”. Segundo a empresa, a quantidade de ingressos impressos para a família de Whelan também é “usual”. “Ivy Byrom, Ray Whelan, Paul Whelan e Helen Whelan trabalharam para a Match e todos fizeram solicitações de ingressos”, informou a companhia.
(Com Estadão Conteúdo)