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Preso CEO da agência Match, ligada à Fifa

O inglês Raymond Whelan, de 64 anos, é suspeito de integrar a máfia dos ingressos que opera nas barbas da federação. Prisão foi feita dentro do Copacabana Palace e depoimento está marcado para esta terça-feira

(Atualizado às 20h30)

A Polícia Civil do Rio prendeu, dentro do Copacabana Palace, na tarde desta segunda-feira, o diretor da empresa Match – uma agência que opera para a Fifa. O inglês Raymond Whelan, de 64 anos, é suspeito de integrar a máfia dos ingressos que opera nas barbas da federação, com envolvimento de altos funcionários. A investigação da operação Jules Rimet concluiu que Whelan tem ligação com o franco-argelino Lamine Fofana, um dos onze presos na semana passada. A Match tem direitos exclusivos para a venda de pacotes para o Mundial.

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Na suíte de Whelan foram apreendidos cerca de cem ingressos para a Copa do Mundo no Brasil – a polícia ainda não detalhou para quais partidas. O diretor da Match saiu pela porta dos fundos do hotel e os policiais não deram declarações. A detenção foi feita com base em um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Rio, nesta manhã. O acusado foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira), delegacia que conduziu a investigação.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Barucke, o depoimento de Whelan está marcado para as 9h desta terça-feira, mas ainda não se sabe se ele vai colaborar. “Há uma divergência entre os advogados: um quer que ele fale, outro não. Vou deixar que eles decidam, porque o suspeito tem o direito de se manifestar somente em juízo”, disse Barucke, em coletiva de imprensa concedida no início da noite. Ele acrescentou que ainda não é possível afirmar que o acusado era chefe da quadrilha.

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Informalmente, Whelan admitiu ter negociado com a empresa do franco-argelino, mas apenas antes da Copa – o que seria permitido. Esta noite, ao menos, o diretor da Match dorme na delegacia. Sua prisão temporária tem validade de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. Ele é acusado de facilitar a distribuição de ingressos para cambistas – ato criminoso, de acordo com o Estatuto do Torcedor – e vai responder também por associação criminosa.

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Gravações – Whelan teve o passaporte apreendido e, portanto, está impedido de deixar o país até que os crimes de que é acusado estejam esclarecidos. De acordo com a Polícia Civil, ele está no Brasil desde 2012 e tem dois filhos. O delegado do caso pediu ao Copacabana Palace as imagens do circuito interno de TV desde o início da Copa do Mundo, para investigar quem teve contato com Whelan – e, principalmente, com que frequência ele se encontrava com o franco-argelino Lamine Fofana.

Foi através do celular de Fofana que Whelan – conhecido como Ray – foi descoberto. A Fifa, até esta manhã, recusava-se a fornecer a lista de nomes e telefones de seus credenciados no Brasil. Como não tinham em mãos os números, os policiais descobriram o prefixo de celular que era usado nos telefones de trabalho da federação. Ao discarem o prefixo no celular de Fofana, apreendido, identificaram um contato nomeado como “Ray Brasil”. Entre os dois, os registros apontaram 900 contatos, entre ligações e troca de mensagens.

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Ainda que Whelan não seja um funcionário da Fifa, ele atua em nome da entidade na organização de pacotes e até do credenciamento de hotéis para o Mundial. Nos últimos dias, tem sido a porta-voz da Fifa quem tem respondido pelos problemas, e não um representante da Match. A empresa é ainda controlada pela Infront, uma companhia que tem como acionista Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A suspeita sobre Whelan surgiu depois que a polícia descobriu um grupo que comercializava há meses ingressos para a Copa. Na semana passada, onze deles foram presos. Inicialmente, a suspeita era de que o franco-argelino Lamine Fofana fosse o responsável pela quadrilha. Mas escutas telefônicas apontaram que havia alguém acima de Fofana, com todos os privilégios e condições de abastecer o grupo com as melhores entradas para o Mundial, muitas delas de camarote.

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(Com Estadão Conteúdo)

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