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Portuguesa faz novo pedido de tombamento do Canindé

Clube paulistano tem apoio do deputado estadual Campos Machado

Torcedores da Portuguesa estão fazendo mais uma tentativa de tombamento do Canindé. Com um abaixo-assinado com mais de 5.000 assinaturas, a torcida conseguiu o apoio do deputado estadual Campos Machado (PTB) para pedir ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Compresp) que o complexo Oswaldo Teixeira Duarte, formado pelo estádio do Canindé e do clube social da Portuguesa, se torne patrimônio cultural da cidade. O salão nobre, por exemplo, foi projetado por João Batista Vilanova Artigas, um dos principais nomes da arquitetura paulista, em colaboração com Carlos Cascaldi, sócio de Artigas.

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Na visão dos torcedores, o tombamento significa a impossibilidade de o Canindé ser demolido, independentemente do destino do terreno. A área foi penhorada para o pagamento de dívidas trabalhistas que ultrapassam 55 milhões de dólares. São 42.000 metros quadrados que correspondem a cerca de 45% do total da sede da Lusa – o restante pertence à Prefeitura, que também já autorizou a venda dessa parte. A divisão passa pelo meio do estádio.

O Tribunal Regional do Trabalho já realizou duas tentativas de leilão, mas elas não atraíram investidores. O valor mínimo é de 70 milhões de reais. O próximo leilão está marcado para o mês de abril.

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Se for tombado, o estádio não pode se transformar em um complexo hoteleiro, por exemplo, como previa o projeto revelado apresentado pelo conselheiro Antonio Carlos Castanheira com participação da Conexão 3 Desenvolvimento e Negócios, Planova Planejamento e Construções e Fernandes Arquitetura. A planta previa a construção de um hotel, um shopping, uma sede social e ainda uma nova arena para 15.000 pessoas. O custo total seria de 2 bilhões de reais.

“O leilão pode ocorrer normalmente. Caso haja um comprador, ele teria que manter tudo como é hoje. O eventual comprador terá de respeitar o projeto original e manter principalmente a fachada e as cores”, explica Antonio Roberto Freire, líder do movimento pela preservação do Canindé e presidente da Associação Amigos do Parque da Vila Guilherme. “O tombamento do complexo é fundamental para que o clube não desapareça.” Na fase de análise do pedido, que dura dois anos, eventuais alterações precisam de anuência do Compresp.

Esse é o segundo pedido de tombamento do Canindé nos últimos anos. Em 2016, o clube entrou com um processo no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. O Condephaat abriu um dossiê preliminar, recebeu parte dos documentos, mas se afastou por considerar que não era sua competência a análise do pedido.

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A Portuguesa encerrou a temporada com só 13 partidas no estádio do Canindé. Para gerar receita, a diretoria firmou contrato com a iniciativa privada para alugar o local, que tem recebido uma série de eventos, principalmente de música eletrônica. Uma igreja evangélica utiliza um ginásio para cultos. O clube social quase não existe mais – as piscinas foram demolidas. Na área onde havia um grande campo de futebol society está instalada uma “feira da madrugada”, área de comércio popular.

O calvário começou em 2013, com o rebaixamento do time à Série B do Campeonato Brasileiro. Hoje, a Lusa está fora de qualquer divisão do Brasileirão e é a 13ª colocada da Série A2 (equivalente à segunda divisão) do Campeonato Paulista. O time tem 11 pontos, dois a menos que o Linense, o oitavo colocado, que estaria classificado para o mata-mata.  Em 2019, só estão previstos 15 jogos oficiais no Canindé.

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