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Por que o futebol não para no Reino Unido apesar de novo lockdown

Técnicos indicam interesses financeiros e clamam por paralisação; última semana registrou 40 novos casos da doença na Premier League

O Reino Unido entrou no último dia 4 de janeiro em seu terceiro lockdown. O anúncio, feito pelo primeiro-ministro Boris Johnson, tinha como meta conter uma escalada de recordes diários da Covid-19, com seguidos dias com mais de 50.000 novos casos da doença. Apesar disso, o Campeonato Inglês e o esporte nacional não têm planos de parar.

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Enquanto comércios não essenciais foram fechados e o movimento da população nas ruas restrito, a exemplo do último lockdown, em novembro, o futebol no país não será afetado.

No mesmo dia em que foi anunciado o bloqueio nacional, a organização da Premier League divulgou que 40 novos casos da doença foram registrados na última rodada, realizada entre os dias 28 de dezembro de 3 de janeiros. Os números envolvem jogadores e funcionários.

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Em dezembro, três jogos já haviam sido adiados por graves surtos em elencos: Newcastle e Aston Villa, no dia 4, Everton e Manchester City, 28, e Tottenham e Fulham, 30. Em janeiro, foi a vez de Burnley e Fulham, que deveria ocorrer no último dia 3.

“Jogo às 18h e ainda não sabemos se vamos jogar. Melhor liga do mundo”, ironizou o técnico português José Mourinho por meio de seu Instagram, minutos antes do confronto com o Fulham. Após o informação de cancelamento, ele voltou a se pronunciar: “Não quero falar muito sobre isso, mas não me pareceu profissional. Mas é a forma como as coisas são. Nós estávamos nos preparando para o jogo e isso interrompe uma semana de trabalho”.

O coro crítico sobre a insistência em manter a competição tem aumentado a proporção do número de casos. O técnico do Newcastle, Steve Bruce, afirmou que era “financeiramente certo, mas moralmente errado” continuar jogando futebol. A equipe foi a primeira afetada com o adiamento dos jogos.

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A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa, indicando que a força de patrocinadores e outros interesses financeiros impedia uma nova parada brusca da competição. “A velocidade com que o vírus nos atingiu, em poucas horas, foi incrível. É difícil de conter e parar”, explicou.

Na quinta, um novo surto da doença colocou a partida entre Aston Villa e Liverpool, pela Copa da Inglaterra, em xeque. O clube de Birmingham solicitou à Federação Inglesa (FA) o adiamento informando que “um grande número de jogadores do time principal e da equipe técnica testaram positivo para a Covid-19”. Com o pedido negado, optou por escalar jogadores sub-23, sem a sua comissão técnica principal.

“O Aston Villa confirma que a partida da terceira rodada da Copa da Inglaterra contra o Liverpool será disputada no Villa Park esta noite”, escreveu o clube nas redes sociais.

Vários treinadores, como Sam Allardyce, do West Bromwich, e Nuno Espírito Santo, do Wolverhampton, já pediram publicamente uma potencial pausa na temporada devido ao aumento de casos. A Federação não atendeu, alegando que os atletas e todos os profissionais envolvidos nas partidas são rotineiramente testados.

Desde o início da temporada, quase 200 pessoas envolvidas com a competição já testaram positivo para o vírus. O futebol no país só sofreu uma paralisação, na temporada anterior, a mesma que congelou quase todos os demais campeonatos do mundo, na temporada passada. O título foi conquistado pelo Liverpool, com sete rodadas de antecipação.

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