Sargento flagrado negociando bilhetes no Quartel do Corpo de Bombeiros será convocado para prestar depoimento. Fifa será comunicada para identificar o comprador oficial
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o esquema de venda ilegal de ingressos para os jogos da Copa do Mundo, negociados dentro do Quartel General do Corpo de Bombeiros, no Centro do Rio. O caso foi denunciado pelo Fantástico, da TV Globo, nesse domingo. Segundo o delegado Ricardo Barboza, titular da Delegacia do Consumidor, o sargento Rogério, flagrado vendendo ingressos por valores até 20 vezes superiores aos cobrados pela Fifa, será intimado a prestar depoimento.
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Na reportagem, o militar vende por 1.200 reais um ingresso original, comprado por 60 reais em novembro de 2013, para a partida entre França e Equador, no Maracanã. Nas imagens, gravadas dentro de uma sala no primeiro andar do QG, a poucos metros da sala do comandante-geral dos Bombeiros, Sérgio Simões, o cambista exibe diversos ingressos para o torneio. Sem saber que está sendo gravado, o sargento afirma participar de um grande esquema e chega a dizer ao repórter que os ingressos vêm de fora do país.
O bombeiro, que foi afastado pela corporação, afirma possuir ingressos para todos os jogos da competição, mesmo os que já estão esgotados nos canais oficiais de venda, o que sugere que ele diz a verdade quando afirma participar de um grande esquema. E mais: os bilhetes foram avaliados pela Fifa e são verdadeiros.
Em nota, a Polícia Civil afirma que rastreará o percurso dos ingressos. O primeiro passo será comunicar a Fifa, única autorizada a vender ingressos para a Copa do Mundo, para que identifique os compradores dos ingressos vendidos à equipe da Rede Globo. A emissora também será oficiada para que disponibilize as imagens da negociação para a polícia.
Expulsão – De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação abriu inquérito policial militar para apurar o caso. O processo será remetido à Promotoria Pública, que analisará a prática de crime militar, e à Central de Inquéritos, responsável pelo âmbito criminal. Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que o militar poderá ser expulso ao término do processo.