Polícia indicia e pede prisão dos onze acusados de integrar máfia dos ingressos
Dez dos alvos do pedido já estão presos temporariamente. Delegado tenta, nesta tarde, obter novas ordens de detenção contra Raymond Whelan, diretor da Match, e o brasileiro Marcelo Pavão, libertados por decisão da Justiça
(Atualizado às 21h40)
O delegado Fábio Barucke, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), indiciou na manhã desta quarta-feira o CEO da Match, Ray Whelan, o franco-argelino Lamine Fofana e outros dez suspeitos de envolvimento no esquema milionário de venda de ingressos da Copa do Mundo. O inquérito foi entregue ao Ministério Público do Rio e, agora, caberá ao promotor Marcos Kac oferecer denúncia contra o grupo. O delegado Barucke pediu também pela prisão preventiva de todos os indiciados – dois deles estão soltos: Whelan e Marcelo Pavão, beneficiado também nesta terça-feira por habeas corpus com pagamento de fiança. As decisões de soltura foram proferidas pela desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira.
Uma equipe de policiais está a postos para cumprir o mandado de prisão, caso a Justiça determine novamente as prisões de Whelan e de Pavão – que pagaram, respectivamente, 5.000 e 4.000 reais de fiança. O inglês foi indiciado por associação criminosa e pelo artigo 41-G do Estatuto do Torcedor, o crime de cambismo (“fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos para venda por preço superior ao estampado no bilhete”). Os demais foram indiciados por cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Whelan aparece em gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, negociando valores de pacotes de ingressos com o argelino Lamine Fofana, preso na semana passada na operação Jules Rimet, com outros dez suspeitos. Na terça-feira, a Match informou que Whelan continuaria trabalhando no Mundial, operando no setor de acomodação. A Fifa também indicou que essa decisão havia sido tomada pela empresa. Nesta quarta, porém, os representantes da Match informaram à agência Estadão Conteúdo que ele vai devolver a credencial para se defender e mostrar que não teria qualquer envolvimento.
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Para a Match, não existe qualquer indício de que a conversa telefônica interceptada pela polícia prove que ele atuou como cambista. Segundo a agência, os ingressos pedidos por Fofana foram fornecidos pelo valor que de fato custam no website, sem qualquer tipo de ágio.
O delegado Fábio Barucke, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), que comanda a investigação, afirmou ter provas suficientes do envolvimento de Whelan com a venda criminosa de ingressos. Para Barucke, Whelan tinha “ciência de que negociava com o maior cambista em atividade no Rio”.
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(Com Estadão Conteúdo)