Phil Foden x Mason Mount: o duelo de joias da base na final da Champions
Jovens revelações de Manchester City e Chelsea chegaram aos clubes ainda crianças e hoje são protagonistas da decisão em Portugal
Houve uma época, até pouco tempo atrás, em que a Premier League, reconhecida como a melhor liga nacional do mundo, contava com poucos jogadores relevantes nascidos na própria Inglaterra. Esta percepção, somada a resultados decepcionantes da seleção local, levava a crer que a nação que inventou o futebol moderno já não seria capaz de se desenvolver internamente. Tratava-se de uma percepção equivocada, como confirmam os finalistas da Liga dos Campeões, Chelsea e Manchester City, que se enfrentarão neste sábado, 29, em Porto, com duas revelações das categorias de base entre seus destaques: os meio-campistas Phill Foden e Mason Mount.
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Na última final inglesa de Liga dos Campeões, a de 2018/19, alguns destaques nascidos na Inglaterra já estavam em campo, como Alexander-Arnold, do Liverpool, e Harry Kane, do Tottenham – ambos também participaram da campanha que levou o English Team a uma semifinal de Copa do Mundo, em 2018, na Rússia, após 28 anos de ausência. Contudo, a Champions desta temporada ganha significados especiais, pois Chelsea e City, clubes impulsionados por investimentos estrangeiros a partir dos anos 2000, firmaram-se entre os grandes e com Mount e Foden como peças fundamentais.
Ambos os meias têm passagens pelas seleções de base da seleção inglesa e hoje fazem parte do time adulto, que chegará à Eurocopa entre as favoritas. Outra coincidência os une: o fato de vestirem os respectivos tons de azul desde crianças. Nascido em Portsmouth, Mount chegou ao Chelsea aos oito anos; já Foden, cuja família sempre torceu pelo City, chegou ao clube com apenas quatro anos de idade.
Mount tem 22 anos e figura entre os titulares há duas temporadas. O meia destro jogador não chama tanta atenção nas estatísticas: em 106 jogos, somou 17 gols e 14 assistências. Um tento, porém, foi fundamental: aquele marcado diante do Real Madrid, na última semifinal. Além disso, o jogador driblador e criativo foi fundamental para o funcionamento da equipe.
Torcedor do Portsmouth, clube de sua terra natal, Mount nunca escondeu o seu carinho pelo Chelsea. “Lembro de ir para Stamford Bridge quando era criança e assistir aos jogos da Champions League. Então, hoje estar na final é muito especial.”, afirmou a revelação, em material produzido pelo clube.
Mount chegou a ser emprestado ao Derby County, há dois anos, quando começou a chamar a atenção de um ídolo de infância, o técnico Frank Lampard. No ano seguinte, a parceria foi refeita no Chelsea e Lampard (que acabaria demitido no início de 2021) jamais escondeu sua admiração pelo meia. “Mount tem sido muito, muito bom para nós. Ele fez 22 anos e é um exemplo da nossa juventude. Eu vim para o Chelsea com esta idade e não estava encantando o mundo no meu primeiro ano, ainda estava me encontrando. Mason já tem muitos jogos em seu currículo. Seu esforço e atitude foram excelentes”, elogiou a lenda dos “Blues’, em janeiro.
Foden, o ‘Messi inglês’
Do outro lado do confronto, Phill Foden, que nesta quinta-feira, 28 de maio, completa 21 anos, gera até mais expectativa e há mais tempo. Em 2017, foi campeão e Bola de Ouro do Mundial sub-17 pela Inglaterra. Formado nas categorias de base do Manchester City e torcedor fanático da equipe, o atleta está em franca ascensão. Na atual temporada, marcou nove gols e distribuiu cinco assistências em 28 jogos da Premier League. Canhoto, driblador e com boa visão de jogo, vem se transformando cada vez mais em um coadjuvante de luxo para o craque do time, o belga Kevin De Bruyne – que buscará uma vingança pessoal diante do Chelsea.
🔵 Phil Foden tem o toque dos predestinados ✨
O que vai fazer na #UCLfinal? #UCL pic.twitter.com/R9c4PTT3Jf
— UEFA.com em português (@UEFAcom_pt) May 25, 2021
Meia-armador de origem, o garoto conseguiu se adaptar à ponta-esquerda, onde é utilizado pelo técnico Pep Guardiola, responsável por sua estreia como profissional, aos 17 anos. O próprio treinador o elogia constantemente, com adjetivos como “genial”, e está acostumado a responder sobre as semelhanças entre o estilo de jogo de Foden e Lionel Messi.
“O melhor jogador que treinei é Messi, claro. Mas não o treinei aos 17 anos, como fiz com Foden. Nunca vi um jogador com este potencial. As coisas que faz, a atitude que tem nos grandes momentos, a sua tranquilidade, a facilidade que tem em recuperar quando comete um erro, é incrível”, explicou Guardiola em entrevista coletiva nesta semana.
Em entrevista à Uefa, Foden relatou como é ser treinador por Guardiola: “É especial, um sonho de criança. Meu familiares dizem-me que ainda não conseguem acreditar que eu vou jogar a final da Champions League”, disse. Os times ainda não divulgaram suas escalações, mas é provável que ambos sejam titulares.
Neste sábado, 29, Chelsea e Manchester City se enfrentam pela final mais aguardada do futebol europeu. As equipes inglesas começam a definir o título da Liga dos Campeões às 16h (de Brasília), no Estádio do Dragão, no Porto, Portugal. A partida será transmitida pelo canal pago TNT Sports e, de forma gratuita, no Facebook.