Pelé: ‘Temos mais informação e, ainda assim, o racismo segue acontecendo’
O craque relembrou casos de preconceito ainda nos tempos do Santos e disse estar preocupado com a cooptação de jovens pelo crime organizado
Aos 79 anos, Pelé continua atento aos acontecimentos do mundo do futebol e da sociedade. Na semana em que dois jogadores brasileiros foram comparados a macacos na Ucrânia e um torcedor do Atlético-MG ofendeu um segurança no Mineirão por causa da cor de sua pele, o Rei do Futebol falou sobre a presença do racismo e violência dentro e fora dos estádios.
“O mais triste agora é que já temos mais informação e o racismo continua acontecendo”, afirmou o tricampeão mundial em entrevista exclusiva a VEJA no Museu Pelé, em Santos, litoral de São Paulo. O craque lembrou de quando era jogador do Santos e sofria com o preconceito nas arquibancadas em jogos da Copa Libertadores da América. “Do nosso lado aqui, na Argentina, quando o Santos jogava lá tinha aquela coisa de chamar de macaco, ‘los macacos de Brasil‘. Isso sempre teve”.
Pelé também falou sobre outro tipo de violência: a social. O ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso lamentou o fato de que meninos muito jovens entrem para o mundo do crime cometendo assaltos com armas e até assassinatos. “Está pior do que antes. Parece que os malfeitores não têm mais medo de nada. Fiz aquela música Recado à Criança (ouça a canção no vídeo abaixo) porque na época via o problema só com as crianças. Agora, não. Tem meninos de 17, 18 anos matando, roubando”.