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Parreira se arrepende de ter lido ‘carta da Dona Lúcia’

Ex-treinador diz que se deixou levar pela emoção ao ler mensagem de torcedora após goleada alemã. Ele também reafirmou sua aposentadoria

Uma das cenas mais marcantes do dia seguinte à goleada da Alemanha por 7 a 1 sobre o Brasil na semifinal da Copa do Mundo foi o momento em que o então coordenador técnico da equipe, Carlos Alberto Parreira, leu a carta de uma torcedora que apoiava o técnico Luiz Felipe Scolari e todos os membros da seleção brasileira, durante uma entrevista coletiva. Na época, Parreira foi bastante criticado por ter ignorado os erros cometidos pela comissão técnica e usado, de forma apelativa, a opinião de uma torcedora para justificar sua tese de que o trabalho foi ‘perfeito’. Muitos torcedores até cogitaram a hipótese de a tal “Dona Lúcia” ser um personagem criado pela própria CBF. Passados mais de cinco meses do ocorrido, Parreira voltou a falar sobre a carta e admitiu que se arrependeu de ter lido e mensagem durante a coletiva.

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“Não fui eu que tornei pública a carta, o Rodrigo (Paiva, ex-diretor de comunicação da CBF) e o Felipão já haviam comentado dela. Foi no finalzinho da coletiva, talvez eu tenha me arrependido, sim. Foi em um impulso. Tinha uma pessoa que escreveu uma coisa tão bonita. A carta é real, é verdadeira. Eu decidi na hora, li, até para preservar um pouco a comissão técnica, o Felipão, que estava sendo muito batido. Claro, a seleção perdeu de 7 a 1, não poderia ser diferente. Aquilo foi para tentar amenizar um pouco e mostrar o outro lado da moeda, alguém que criticava e alguém que apoiava. A carta realmente era muito bonita. Acabei sendo levado pela emoção”, afirmou Parreira no programa Bem Amigos, do canal Sportv nesta segunda-feira.

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Na mesma entrevista, Parreira anunciou que, aos 71 anos, não pretende mais voltar a trabalhar com o futebol. “Fiz um retrospecto e vi que não tenho mais nada o que fazer. A vida é feita de ciclos, de momentos e reflexões. Depois de 45 anos trabalhando em alto nível no futebol profissional, dez Copas do Mundo, tendo os privilégios que eu tive, os prazeres, as vitórias e as derrotas, o mais importante são as amizades. As coisas e pessoas, os cem países que conheci.” Parreira participou de dois títulos mundiais com a seleção, como preparador físico em 1970 e como treinador em 1994. Ele ainda dirigiu a equipe brasileira na Copa de 2006 e foi a outros Mundiais como técnico das seleções do Kuwait, Emirados Árabes, Arábia Saudita e África do Sul.

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