Pai de Haaland foi capitão do City e teve rixa com ídolo do United
Alf-Inge Haaland ficou famoso por lance violento em que foi atingido por Roy Keane; ele nunca mais jogou 90 minutos profissionalmente
O jovem astro norueguês Erling Haaland deixou o Borussia Dortmund e oficializou sua transferência para o Manchester City, em uma mudança que terá ares de nostalgia para o atacante de 21 anos. Ele volta à cidade onde viveu a infância, época em que seu pai, Alf-Inge Haaland, também vestiu o azul do City e teve a carreira interrompida após um lance violento envolvendo o ex-capitão do rival Manchester United, o irlandês Roy Keane.
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“Alfie” Haaland, o pai, foi volante e atuava também como lateral-direito. Ele jogou por três temporadas no Manchester City, entre 2000 e 2003, fazendo com que a família criasse afeto pelo clube – tanto é que existem fotos de Erling, o filho, com a camisa do time quando criança. Mas foi antes, em 1997, quando ainda era capitão do Leeds United, que as primeiras faíscas com Roy Keane começaram.
Em setembro daquele ano, o irlandês ídolo do United rompeu o ligamento do joelho em um jogo contra o Leeds, e Haaland o acusou de fingir a lesão para ganhar tempo. A “resposta” de Keane veio quatro anos depois. Em um clássico entre City e United em 21 de abril de 2001, faltando apenas quatro minutos para o fim, Haaland foi atingido de forma brutal por Keane, que fincou agressivamente as travas da chuteira em seu joelho direito. A falta rendeu um cartão vermelho ao capitão do Manchester, que depois admitiu ter atingido o adversário propositalmente.
“Eu sabia que aquilo provavelmente acabaria em um cartão. Esperei muito tempo. Bati nele com força. A bola estava lá, eu acho”, escreveu Keane em sua autobiografia, publicada em 2002. A “confissão” rendeu a ele uma dupla punição: já havia sido multado em 5 mil libras e suspenso por três jogos na ocasião, mas, após admitir que a falta havia sido proposital, precisou pagar mais 150 mil libras e pegou outras cinco partidas de gancho.
Apesar de ter continuado em campo no dia do clássico e terminado a partida, Haaland nunca mais conseguiu jogar um jogo profissional completo. Em 2003, se aposentou por problemas no joelho esquerdo – não o direito, atingido por Keane. Mas o norueguês chegou a dizer que o lance mexeu, sim, com sua carreira.
“Engraçado, ele (Keane) nunca me olhou nos olhos desde 1997. Sempre tinham faltas mais duras em jogos assim, mas aquela foi acima do tom. Fico agradecido que minha perna estava fora do chão, se não ele teria feito um estrago e tanto”, disse Haaland na época. “Se aquela entrada terminou minha carreira? Bem, eu nunca mais joguei uma partida inteira, não é? Parece uma grande coincidência, não acha? Talvez ele (Keane) tenha algo a ver com isso”.
O acontecimento foi tão marcante que o ex-volante Paul Ince, também ídolo do Manchester United, disse que o incidente com Keane anularia qualquer chance de o clube contratar Erling Haaland no presente. “Não consigo vê-lo indo para Old Trafford apenas com base nisso, e se não houver Liga dos Campeões, ele definitivamente não vai”, comentou ele ao site SPORTbible.
Agora, Haaland, o filho, está a caminho do Manchester City, time pelo qual herdou do pai um carinho especial desde a infância. Ele chega para ser a peça que falta no já forte sistema ofensivo da equipe de Pep Guardiola: com a camisa do Borussia Dortmund dede 2020, fez 88 jogos e marcou 85 gols. Vai ter comemoração especial contra o United?