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O que se sabe sobre a ida de Schumacher a um hospital de Paris

Jornal francês revelou a história com exclusividade e alimentou o mistério em torno do estado de saúde do maior campeão da história da Fórmula 1

A semana esportiva começou com uma incrível revelação: o ex-piloto alemão Michael Schumacher foi internado no hospital Georges-Pompidou, em Paris, na última segunda-feira 9, para realizar “um tratamento no mais alto sigilo”, informou com exclusividade o jornal francês Le Parisien. Mas apesar do enorme interesse internacional, a família de Schumacher conseguiu, mais uma vez, blindar a situação, assim como vem fazendo nos últimos cinco anos e meio, desde que o heptacampeão de Fórmula 1 se acidentou gravemente ao andar de esqui nos Alpes Franceses. Estranhamente, a história foi perdendo força e atualmente é quase ignorada pela imprensa local.

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Concorrentes do Parisien, como o Le Monde e o Le Figaro nem sequer noticiaram a internação. O esportivo L’Équipe repercutiu o caso apenas na segunda-feira, mas não trouxe qualquer novidade. E até mesmo o fôlego da cobertura do Parisien foi diminuindo. A princípio, o jornal noticiou que Schumacher foi admitido na unidade de supervisão contínua do serviço de cirurgia cardiovascular do professor Philippe Menasché, “pioneiro em terapia celular para tratar insuficiência cardíaca”.

Ainda de acordo com o jornal, Schumacher recebeu “injeções de células-tronco que são transmitidas no organismo no objetivo de realizar uma ação anti-inflamatória sistêmica, ou seja, em todo o organismo”. Esperava-se que o ex-piloto deixasse o hospital na quarta-feira, informação jamais confirmada.  O Le Parisien não teve acesso a nenhuma foto do ex-piloto de 50 anos, cujo real estado de saúde é um mistério absoluto. Divulgou apenas uma foto de uma ambulância amarela que teria levado Schumacher ao hospital.

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Os detalhes iniciais mais relevantes narraram sua passagem pelos corredores do hospital. “A maca do paciente foi coberta por um pano azul marinho, que escureceu completamente seu corpo e rosto. Um importante dispositivo de segurança composto por cerca de dez pessoas acompanhou o andamento da maca.” Procurado pelo jornal, o hospital “nem confirmou, nem negou” a informação, que é protegida pela confidencialidade entre paciente e médico. A família e o staff do ex-piloto, como de costume, manteve silêncio.

Visita de pilotos e declaração de enfermeira

Na última nota do diário Le Parisien, publicada na terça-feira, 10, atualizada no dia seguinte e que já nem sequer aparece com destaque em sua página inicial, o jornal informa que Jean Todt, ex-chefe de Schumachaer na Ferrari, apareceu para visitar o amigo por cerca de 45 minutos. Os ex-pilotos franceses Alain Prost e Jean Alesi também foram vistos no hospital, assim como Mick Schumacher, o filho de Michael que tenta seguir os passos do pai no automobilismo. Nenhum deles falou com a imprensa, nem foi fotografado.

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No mesmo texto, o jornal cita uma suposta fala de uma enfermeira não identificada. “Sim, ele está no meu serviço e posso garantir que está consciente”, afirmou a mulher, segundo o jornal, que estranhamente deu pouquíssimo destaque para a declaração exclusiva –  ao contrário de algumas publicações estrangeiras, especialmente britânicas e italianas, que repercutiram a fala e alimentaram uma esperança (ainda sem base factual) de que Schumacher possa estar curado.

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Quase seis anos de mistério e fake news

Setenta meses se passaram desde o acidente de esqui em Méribel, que causou uma grave lesão cerebral no maior vencedor da história da F1. Desde então, a família do ex-piloto alemão optou por blindá-lo completamente e dar poucas e evasivas informações sobre o real estado de saúde de Schumacher – o que abriu margem pra especulações (e, claro, uma infinidade de fake news).

Em agosto do ano passado, a revista suíça L’Illustré cravou que a família se mudaria para a ilha de Maiorca, na Espanha, informação negada pela assessora do alemão, Sabine Khen, e também pela prefeita do município espanhol. Dias depois, a revista francesa Paris Match divulgou que a suposta propriedade comprada pela família de Schumacher, na aldeia de Andraxt, em Maiorca, foi adquirida para ajudar na recuperação do alemão e que, segundo familiares próximos, o ex-piloto chora ao ver as belezas naturais do local, em sua cadeira de rodas. As informações também foram negadas com veemência.

Michael Schumacher jamais foi fotografado desde o acidente em 29 de dezembro de 2013, em Méribel, nos Alpes Franceses. E, segundo a família, deixou o coma induzido há quase cinco anos, seis meses depois de sua internação. Ele passou três meses internado em Grenoble, mais seis meses na cidade suíça de Lausanne, até ir finalmente para casa, em Gland, também na Suíça, em 2014.

Ironicamente, a notícia mais concreta sobre Schumacher foi dada em 2017, em resposta justamente a uma fake news. Um tribunal alemão condenou a revista alemã Bunte por ter publicado uma notícia falsa e “irresponsável” de que Schumacher teria “voltado a caminhar”, no que chamou de “milagre de Natal”. “Schumacher não pode andar hoje e é improvável que tenha conseguido na época”, informou o tribunal, que obrigou a publicação a pagar uma indenização de 50.000 euros (cerca de 168.000 reais) à família de Schumacher.

 

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