Uma crise no departamento médico do São Paulo nasceu de um elemento improvável para o ambiente do futebol profissional: uma caneta injetável usada em tratamentos de emagrecimento. O episódio, que envolveu a aplicação do medicamento em atletas, foi o estopim para divergências técnicas entre alas da saúde são-paulina.

O nome comercial mais associado a esse tipo de medicação é Mounjaro, cujo princípio ativo, tirzepatida, pertence à classe de agonistas de incretina (substâncias que modulam hormônios ligados ao apetite e ao metabolismo da glicose). A droga foi aprovada pela Anvisa para diabetes tipo 2 e, mais recentemente, para o tratamento de obesidade em adultos.

Sua forma de aplicação semanal, em canetas com agulhas descartáveis, consolidou o apelido. Assim, tanto essa quanto outras medicações do mesmo princípio ativo têm sido chamadas popularmente de “canetas emagrecedoras”.

Julio Casares, presidente do São Paulo - Divulgação / N Sports

Julio Casares, presidente do São Paulo – Divulgação / N Sports

A tirzepatida atua combinando estímulos em receptores de GLP-1 e GIP, o que reduz a fome, aumenta a saciedade e altera a velocidade de digestão. Assim, tem sido utilizado para redução gordura corporal.

Porém,  estudos também registram náuseas, vômitos, desconforto gástrico e uma perda de massa magra. Foi nesse contexto que surgiu o atrito no São Paulo, como revelado inicialmente pelo Uol.

Segundo a apuração, o nutrólogo Eduardo Rauen aplicou o medicamento em dois jogadores. A discussão logo ultrapassou a esfera técnica e passou a ocupar o campo político, contribuindo para o desgaste que culminou na reformulação do departamento médico.

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