O isolamento do Peru antes da final da Copa América
Seleção finalista resolveu se calar por causa das críticas que sofreu após a goleada para o próprio Brasil na primeira fase
RIO DE JANEIRO – O Peru adotou um comportamento diferente depois que perdeu por 5 a 0 para o Brasil na primeira fase. Em um acordo entre a comissão técnica e os jogadores, apenas um atleta falaria com a imprensa, independentemente de até onde a equipe chegasse na Copa América. O elenco se fechou e conseguiu uma surpreendente classificação à final, superando potências do continente como o Uruguai e o Chile e manteve a postura, mesmo que por linhas tortas.
A cada jogo em que seleção peruana avançava, o que se via era apenas o capitão Paolo Guerrero parando para conceder entrevistas. Após os 3 a 0 contra o Chile em Porto Alegre, nem mesmo Pedro Gallese, o melhor em campo, quis falar sobre os três pênaltis que já defendeu no torneio – um de Gabriel Jesus, outro de Luis Suárez e o terceiro de Eduardo Vargas na partida contra os chilenos. Com muita insistência da imprensa e uma ajuda dos repórteres que cobrem o dia a dia do Peru, Edison Flores e Miguel Trauco falaram por um minuto cada. Guerrero atendeu apenas às emissoras donas de direitos por uma questão contratual.
Trauco, lateral-esquerdo do Flamengo, explicou o motivo do isolamento da equipe. “Depois dos 5 a 0, todos estavam tristes. Só a nossa família ficou do nosso lado. Ouvimos muitas críticas pesadas. O importante é que conseguimos reverter e agora estamos na final”, desabafou.
Nesta sexta-feira, 5, o Peru treinou sob muita chuva no centro de treinamento do Fluminense, na Barra da Tijuca. A equipe se apresentou meia hora depois do horário previsto por causa do mau tempo e do trânsito na capital carioca. O silêncio até seria quebrado após a atividade, mas por mais uma falha da organização, a entrevista diária que os finalistas deveriam conceder foi cancelada, já que o Fluminense, dono do CT, também treinou no mesmo horário e utilizaria a sala de imprensa.