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O estrago do doping na imagem de Anderson Silva

Um dos testes antes da luta contra Nick Diaz apontou presença de anabolizantes

A notícia foi uma bomba. No início da madrugada de quarta-feira, menos de 72 horas depois de Anderson Silva completar sua luta de retorno ao octógono e vencer por pontos o americano Nick Diaz, o UFC anunciou que havia sido notificado pela Comissão Atlética de Nevada que o brasileiro testou positivo para drostanolona e androsterona em teste realizado no dia 9 de janeiro. A nota dizia ainda: “O UFC compreende que mais testes serão conduzidos pela Comissão para confirmar estes resultados preliminares… Anderson Silva tem sido um excelente campeão e um verdadeiro embaixador do esporte das artes marciais mistas e do UFC. O UFC está desapontado por saber destes resultados iniciais.”

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Não foi só o UFC que ficou desapontado. O responsável pela explosão das disputas nos octógonos no Brasil acabava de decepcionar alguns milhões de fãs, principalmente jovens que projetavam nele um novo super-homem e que com a notícia, implacáveis, sem a chance da dúvida, imediatamente passaram a duvidar do poder de Anderson passar pelos seus adversários usando somente sua força, sua técnica e sua habilidade em se esquivar dos golpes. Depois de jogar Vitor Belfort desacordado no tatame com um chute, no início de 2011, Anderson Silva se transformou em herói. De família humilde da periferia de São Paulo, tornou-se o nome mais importante do torneio de artes maciais não só pelos feitos nas lutas mas também fora da seara esportiva.

Muito ligado à família, à mulher e aos cinco filhos, virou exemplo de pai, filho, irmão, marido, com hábitos para lá de saudáveis: não fuma, não bebe, fez campanha contra a violência, e foi assediado por empresas que queriam figurar como “do bem” e associar seu nome a ele. Cansou de aparecer em programas de televisão de todas as emissoras, de todos os gêneros, algo incomum quando no negócio da telinha a exclusividade é quase norma.

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Dos três exames coletados antes da luta com Diaz, apenas um deu positivo. Anderson tem o direito a contraprova, mas a esta altura o estrago já está feito, como o próprio UFC disse, “desapontado por saber destes resultados iniciais”. É um duro golpe para quem acompanha as lutas, para quem o admira. Quem não fazia parte destes grupos imediatamente associou seu nome a doping – até pelo histórico de vários atletas da categoria, como no recente caso do outro grande astro das lutas, o americano Jon Jones, que testou positivo para uso de cocaína.

No caso de Anderson, as substâncias detectadas são do tipo que podem aumentar a performance do atleta. Como ele volta de mais de um ano de inatividade esportiva – fraturou a perna esquerda na luta com Chris Weidman, no fim de 2013 -, surgiram nas redes todo tipo de comentários, na maioria acusando-o de desonestidade, pois estaria à beria da aposentadoria aos 39 anos, ou ainda inseguro em relação à sua superioridade sobre Diaz. Os atletas de alta performance sabem bem dos riscos que correm com os exames de doping e além disso os mecanismos para detectar drogas irregulares evoluem muito – e rapidamente -, e são capazes de apontar rastros cada vez mais diluídos de substâncias listadas como proibidas para a prática de esporte.

O estrago está feito. A tal ponto de a Rede Globo já procurar um novo nome para o reality show TUF Brasil 4, em que Anderson seria um dos treinadores. Não bastasse a dúvida agora da tevê, surge uma confusão sobre declarações que ele teria dado negando o uso de substâncias ilegais: em comunicado de sua assessoria negou que tenha dado qualquer tipo de declaração – mesmo aquele negando o uso de droga ilícita – nem citou o nome do médico Márcio Tannure, que garantiu ter falado com Anderson e ele negado o uso de doping. Para piorar tudo, o diretor da Comissão Atlética de Nevada revelou que a luta contra Diaz ficará “sem resultado“, ou seja, sua vitória será anulada e perderá o bônus. E mesmo que Anderson prove que esteva limpo seu nome sempre vai aparecer nas pesquisas associado a doping, marca quase indelével de quem passa por tal acusação.

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