Neymar tem noite desastrosa e é suspenso – e culpa a arbitragem
Craque acompanhou o restante da equipe e jogou mal na derrota para a Colômbia. Nervoso, foi expulso ao fim da partida e será desfalque por pelo menos dois jogos
Neymar foi o herói da estreia diante do Peru e, há vários anos, é uma espécie de estrela solitária na seleção brasileira. Mas na derrota para a Colômbia por 1 a 0 nesta quarta-feira, o craque do Barcelona teve uma noite desastrosa: irreconhecível, jogou mal e, para piorar, foi expulso e desfalcará a equipe por pelo menos dois jogos (caso o Brasil avance após o jogo contra a Venezuela, Neymar perderá também as quartas de final e ainda será julgado por agressão, o que pode agravar a pena). Ao final do duelo, o capitão da seleção brasileira culpou o árbitro chileno Enrique Osses por seu destempero e se disse perseguido.
“Para mim, as regras são sempre diferentes. Eles usam tudo contra mim. O jogador deles limpou a espuma da falta e não tomou amarelo. Eu tomei no jogo passado. A bola pegou na minha mão sem qualquer intenção, e mais um amarelo. Quando você coloca juiz fraco para apitar, acontece isso”, desabafou, na zona mista do Estádio Monumental, em Santiago.
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De fato, o meia Juan Cuadrado, da Colômbia, destaque da partida, fez o mesmo que Neymar no jogo diante do Peru e não foi punido. A jogada do primeiro cartão de Neymar também é bastante discutível – após defesa do goleiro Ospina, a bola tocou no braço do Neymar, em lance considerado como intencional pelo árbitro. Ainda assim, o nervosismo de Neymar ficou evidente desde os primeiros minutos. O atacante de 23 anos abusou das jogadas individuais e perdeu a disputa em quase todas, na primeira etapa. Irritado com a não marcação de algumas faltas, discutiu demais com o árbitro. Pouco depois de levar amarelo, que já o suspendia automaticamente para o próximo jogo, Neymar reclamou de uma falta com gestos efusivos e correu o risco de ser expulso ainda na primeira etapa.
No segundo tempo, Neymar seguiu jogando mal – ainda assim, melhor que a maioria dos colegas – e demonstrando irritação. Ao final da partida, chutou a bola em cima do lateral Pablo Armero, se estranhou com Murillo (autor do gol colombiano) e foi empurrado por Carlos Bacca, outro totalmente descontrolado na partida. O juiz Osses, então, expulsou Neymar e Bacca. “Os colombianos não me tiraram do sério. Só fico p…com os árbitros, que não apitam direito”, repetiu Neymar. Ele, no entanto, admitiu a noite fraca tecnicamente. “Confesso que o nosso time não foi bem hoje e que não joguei bem. Sem problemas, assumo a total responsabilidade”. Com Neymar em campo, o Brasil não perdia um jogo desde o 1 a 0 para a Suíça, em Basel, em 14 de agosto de 2013.
Apoio – O técnico Dunga evitou criticar o seu capitão e também culpou Enrique Osses pela noite ruim de Neymar. “Nunca é uma coisa boa quando no final da partida estamos falando sobre o árbitro. Acho que se você olhar o que aconteceu, incluindo o final, você tem que concluir que tem alguma coisa a ver com o árbitro”, acrescentou.
O lateral, companheiro de Barcelona e melhor amigo de Neymar, Daniel Alves, seguiu a mesma linha. “Os árbitros têm que parar de pensar que são os protagonistas. Os protagonistas não são eles, estão aqui apenas para controlar o jogo. Aqui, na América do Sul, todos estão contra o Brasil. Ele conhecem a personalidade do Neymar e sempre vão atrás dele”, afirmou o lateral de 32 anos.
Dunga, no entanto, acredita que Neymar pode ter sido afetado pelo fato de a Justiça espanhola ter anunciado, horas antes do jogo, que investigará acusações do fundo de investimento DIS por “corrupção e fraude” contra o jogador, seu pai, o Barcelona e os dirigentes do clube. “Todos nós somos seres humanos. Não temos como desvincular as questões pessoais da vida profissional.” A seleção enfrenta a Venezuela, no domingo, às 21h, sem Neymar, no jogo que vale a classificação para as quartas de final da Copa América.
(da redação)
