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Nem prisão perpétua traria vítima de volta, diz ex-goleiro Bruno

Solto após seis anos e sete meses preso pelo assassinato de Eliza Samudio, ex-atleta afirma que pagou ‘caro’ pelo erro e que vida na cadeia ‘não foi fácil’

O ex-goleiro Bruno Fernandes, 32 anos, que deixou a prisão na sexta-feira após seis anos e sete meses preso pelo assassinato da ex-namorada Eliza Samudio, disse que pagou caro pelo que fez e que se ficasse o resto da vida na prisão, isso não mudaria a situação da vítima. “Independente do tempo que eu fiquei (preso), eu queria deixar bem claro que, se eu ficasse lá, se tivesse prisão perpétua no Brasil, isso não ia trazer a vítima de volta”, afirmou o ex-jogador em entrevista à TV Globo Minas.

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A entrevista foi dada na sexta-feira à noite na casa do advogado dele, Lúcio Adolfo, logo após ele ter deixado a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), presídio de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello ter concedido liminar determinando a soltura.

Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato, mas aguardava há quatro anos o julgamento de um recurso, que está parado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Segundo o ministro Marco Aurélio, o goleiro tem o direito de aguardar o julgamento do recurso em liberdade, já que é réu primário e possui bons antecedentes criminais. “Colocou-se em segundo plano o fato de o paciente ser primário e possuir bons antecedentes. A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato”, escreveu.

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Aprendizado

Na entrevista, Bruno disse também que “não apagaria nada” do que fez. “Serve de experiência, como aprendizado, não como punição”, afirmou. Segundo ele, o tempo que ficou na cadeia foi uma experiência dura. “Paguei (pelo crime), paguei pelo meu erro. E paguei caro. Não foi fácil.”

Sobre o futuro, afirmou que acredita em recomeço para a sua vida. “Quero deixar bem claro que eu vou recomeçar. Não importa se será no futebol, não importa se será em outra área profissional”, disse.

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Seu advogado, Lúcio Adolfo, afirmou que o ex-goleiro já tem proposta de clubes para voltar a jogar, mas ele não revelou quem seriam os interessados. Bruno jogou pela última vez profissionalmente no dia 5 de junho de 2010, pelo Flamengo, diante do Goiás, no Campeonato Brasileiro. Ele atuou pelo clube carioca de 2006 a 2010, quando foi preso. Antes, brilhou também no Atlético-MG, entre 2002 e 2006 – ano em que chegou a ser contratado pelo Corinthians, treinou, mas não jogou.

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