Na era Bolsonaro, atletas homossexuais sofrem mais, diz jornal francês
Edição que será publicada neste sábado traz um panorama sobre a homofobia no esporte
O jornal L´Équipe, da França, fez um dossiê sobre atletas homossexuais em sua revista, que chega às bancas francesas neste sábado, 4. Parte da reportagem destaca a condição do atleta homossexual do Brasil, que “tornou-se mais difícil desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou ao poder, assumindo a homofobia”, afirma o L’Équipe.
A revista diz que no Brasil “o céu escurece”, usando como fonte o Grupo Gay da Bahia (GGB), que em 2018 divulgou que 420 crimes homofóbicos foram registrados no país, e declarações feitas por Bolsonaro. “Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”, disse, em 2011, à revista Playboy.
O jogador de vôlei Michael dos Santos, que atua na Superliga e desde 2011 assumiu-se homossexual, é um dos atletas citados no levantamento feito no Brasil.
Além de tratar do cenário brasileiro, o L’Équipe traz um panorama geral sobre a luta contra a homofobia em todos os esportes. Entre os ex-atletas entrevistados, está Gareth Thomas, ex-jogador de rúgbi da seleção do País de Gales, que fez a revelação em 2009, quando ainda jogava, e o atleta do arremesso de peso francês do início dos anos 2000 Laurence Manfredi, que disse que, depois de assumir, conseguiu construir de forma positiva sua carreira como atleta de alto nível.
O levantamento ainda traz uma reportagem sobre o jogador de futebol britânico Justin Fashanu, primeiro profissional a assumir sua homossexualidade, que se suicidou em Londres há 21 anos. Hoje, ele é uma figura simbólica da luta contra a homofobia.